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Bolsonarismo amarga derrota com votos por condenação no STF


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Julgamento de Bolsonaro e outros 7 réus pelo Supremo começou na semana passada

O bolsonarismo amargou uma dura derrota, ainda que esperada, com os primeiros votos pela condenação no STF (Supremo Tribunal Federal) do principal líder do grupo político, Jair Bolsonaro (PL), pela trama golpista.

Neste ano, seus aliados discursaram, ocuparam a mesa diretora das casas legislativas, acamparam em frente à corte, fizeram manifestações em redes sociais e nas ruas, e rodas de orações, mas nada pôde alterar o curso do julgamento do Supremo, que caminha para impor ao ex-presidente uma condenação de décadas.

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O clima de pessimismo, desânimo e derrota entre aliados de Bolsonaro vem numa crescente desde o início do julgamento, na semana passada, e foi se cristalizando ao longo desta terça-feira (9).

O próprio ex-presidente está desanimado e abalado psicologicamente, segundo pessoas que estiveram com ele nos últimos dias.

Seus auxiliares, aliados e familiares estão estressados e chateados, com a possibilidade de uma eventual prisão de Bolsonaro.

Nas manifestações de 7 de Setembro no domingo, em que bolsonaristas ocuparam as ruas das capitais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chorou copiosamente, assim como o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia.

Eles se queixam de perseguição e humilhação ao ex-presidente, que está em prisão domiciliar.

Como a Folha mostrou, ele já planeja pedir para cumprir sua sentença em casa, caso confirmada a condenação.

Ao longo do dia, aliados foram às redes para buscar transmitir aos apoiadores mensagens de esperanças.

Os mais religiosos falavam em Deus. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, publicou uma foto ao lado do pai com os dizeres: “O jogo não acabou, está apenas começando”.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), escreveu: “Estaremos sempre ao seu lado, Jair Bolsonaro”‘.

“Hoje, mais do que nunca, o Bolsonaro precisa do nosso apoio”, disse o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).

Todos os tuítes estavam acompanhadas das palavras “Somos todos Bolsonaro”.

O PL, por sua vez, divulgou um vídeo com imagens de Bolsonaro entre apoiadores, em manifestações. Nele, a narradora dizia que o julgamento não era justo.

“O amor à pátria voltou com ele [Bolsonaro]. E ninguém representa esse sentimento melhor do que ele. O que está acontecendo não é julgamento justo, e também não é justiça. Mas nosso capitão carrega consigo a fé, a esperança e a voz de milhões. O Brasil não vai se calar”, diz o vídeo, sem mencionar diretamente o Supremo.

Integrantes do PL buscam uma reação política ao julgamento, que caminha a passos largos na corte.

A única salvação possível para Bolsonaro, na avaliação de parlamentares, é o projeto de lei que concede anistia a condenados nos ataques golpistas de 8 de Janeiro.

Com a entrada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação com dirigentes de centrão, integrantes do partido de Bolsonaro viram a proposta ganhar tração e ampliar a pressão sobre o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos) para que um projeto sobre o tema seja pautado após o julgamento.

A expectativa deles é de uma votação na próxima semana da urgência e do mérito da medida, ainda que admitam não haver compromisso de Motta nesse sentido. Os parlamentares esperam que ele não suporte a pressão, que agora vem de outros lados.

Em outra frente, aliados de Bolsonaro no Congresso buscaram fazer uma espécie de enfrentamento político de narrativa com depoimento do ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro.

Na semana passada, na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, ele disse que o ministro forjou relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas por mensagens de teor golpista, em agosto de 2022.

A comissão é presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que tem liderado essa empreitada com outros parlamentares.

Eles chegaram a fazer uma coletiva de imprensa após uma nova audiência para tratar do tema na comissão, que estava esvaziada.

Aos jornalistas, Flávio disse que pedirá ao STF que suspenda e anule o julgamento de seu pai com base nessas acusações de Tagliaferro.

Para isso, ele quer usar um precedente da Operação Lava Jato utilizado para anular os processos que condenaram o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A coletiva foi acompanhada de alguns poucos parlamentares.

Nesta semana em que Bolsonaro será condenado a décadas, o Congresso está esvaziado: os presidentes das Casas determinaram que as sessões seriam semi-presenciais.

O gesto foi interpretado por bolsonaristas como uma forma de esvaziar movimento para defender o ex-presidente na tribuna ou em ações conjuntas.

À tarde, Flávio, principal interlocutor do ex-presidente hoje, foi para a casa do pai.

Ele já estava sendo acompanhado por Carlos, desde segunda.

Já o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), indiciado pela PF e proibido de falar com o ex-presidente, tem feito mobilizações nas redes sociais e ainda trabalha por sanções contra ministros do STF -algo que bolsonaristas esperam que venha o mais rápido possível.

Um grupo pequeno de apoiadores do ex-presidente tem se reunido todos os dias, às 20h, em frente ao condomínio onde ele mora no Jardim Botânico para rodas de oração pelo ex-presidente.





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