Início GERAL Mesmo sob pressão no PL, senador mantém candidatura ao Governo

Mesmo sob pressão no PL, senador mantém candidatura ao Governo


Agência Senado

O senador Wellington Fagundes, que descarta recuar da pré-candidatura ao Governo de Mato Grosso pelo PL bolsonarista, em 2026

Um verdadeiro jogo de cena. Assim se resume a crise interna dentro do Partido Liberal (PL), que, ao mesmo tempo em que a corrente nacional majoritária, comandada por Valdemar da Costa Neto, aposta suas fichas na candidatura do senador Wellington Fagundes ao Governo do Estado, tem a outra metade da sigla flertando com o governador Mauro Mendes (União) para, indiretamente, apoiar a candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), carregando de sobra o deputado federal José Medeiros (PL), que pleiteia o Senado.

Essa “outra metade” é liderada pelos prefeitos Abílio Brunini (Cuiabá), Flávia Moretti (Várzea Grande) e Cláudio Ferreira (Rondonópolis), em cidades que representam mais de 31% do eleitorado mato-grossense.

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Com o argumento de que o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu pelas candidaturas de Mauro Mendes e de José Medeiros, a crise se instalou dentro do PL por causa de posições antagônicas, como as adotadas pelos prefeitos das principais cidades, que, na mesma proporção em que pressionam pela candidatura de Pivetta, não a assumem.

Dizem que só discutem eleições para o Senado que seja do interesse da cúpula bolsonarista, que deseja eleger o máximo de senadores e deputados federais, na tentativa de anistiar os condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e promover o impeachmet de ministros da Suprema Corte.

O suposto apoio de Bolsonaro a Mauro e Medeiros foi anunciado pelo prefeito Abílio Brunini, em uma das investidas semanais que ele faz na Câmara Municipal de Cuiabá. Esse apoio é rejeitado por “bolsonaristas-raiz”, como o deputado estadual Gilberto Cattani (PL).

Com discurso de que, neste momento, tudo é “normal” e que na democracia as coisas acontecem no tempo dos partidos e da legislação eleitoral, Wellington Fagundes tergiversou e sugeriu quee não tem o que perder. Afinal, ele tem projeto apoiado pelas cúpulas estadual e nacional e, em 2026, estará na metade do segundo mandato de senador, que é de oito anos.

Wellington ainda apresentou a conta para aqueles três prefeitos que não admitem, mas foram à Brasília, acompanhados pelo deputado José Medeiros, pressionar a Executiva Nacional para admitir a possibilidade de filiação de Otaviano Pivetta. Ou então a coligação com o Republicanos, além do veto, em qualquer hipótese, de aliança com o MDB da deputada estadual e nora do senador, Janaina Riva, que mira uma das vagas no Senado.

“Nos fizemos o dever de casa”, repetiu WF, ao dizer que o PL venceu as eleições municipais nos principais colégios eleitorais, em 2024. Isso credenciaria o PL a ter candidatura própria ao Governo do Estado e à disputa por uma vaga no Senado.

Ele ainda observou que conversações acontecem a todo momento, mas uma decisão somente sai nas convenções partidárias, tanto do PL como dos demais partidos. No caso, o MDB de Janaina Riva e o União Brasil do senador Jayme Campos, que estão discussões internas sobre candidaturas.

O senador liberal também destacou que, assim como outros nomes, ele está construindo sua candidatura, e se colocou como filiado há várias décadas na sigla. Disse que está trabalhando, que tem credibilidade, tem serviços prestados a Mato Grosso e ao Brasil e que já disputou o cargo de governador do Estado. Também afirmou que trabalha pela anistia a Jair Bolsonaro, que, para ele, é “um injustiçado” e que poderá disputar as eleições presidenciais de 2026.

“Hoje, ele (Bolsonaro) está inelegível, mas por vontade de poucos, pois a maioria entende que  não cometeu nenhum crime”. Ele se espelhou no amigo e companheiro de Senado, Jayme Campos, que também está construindo sua candidatura, seja para o Senado, seja para o Governo do Estado, dentro do União Brasil, que tem várias correntesi.

“O momento é de construir candidaturas, e o PL já tem a sua. No caso, meu nome está colocado para o Governo de Mato Grosso, e o deputado José Medeiros colocou seu nome para o Senado. Eu e ele estamos trabalhando para viabilizar esse projeto perante o eleitorado e com o aval do presidente Bolsonaro”, disse Wellington.

Ele considerou “normal” o fato de os prefeitos terem ido discutir, com a Execuiva nacional do PL, as candidatura ao Senado e a Câmara Federal, bem como à Presidência da República e as disputas aos governos estaduais.

O senador bolsonarista afirmou que não há nenhuma possibilidade de recuar em sua pretensão eleitoral. E apresentou a conta para os três prefeitos das maiores cidades de Mato Grosso, que foram se reunir com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto.

“Nas eleições municipais, em 2024, o PL de Cuiabá foi entregue ao então candidato, hoje prefeito Abílio Brunini, para que ele construísse seus apoios e concretizasse sua vitória. Da mesma forma como ocorereu e Rondonópolis, com o hoje prefeito Cláudio Ferreira, e em Várzea Grande com, Flávia Moretti. Da mesma forma será com relação ao Governo do Estado”, disse o senador.

Wellington disse estar pronto, preparado, “energizado”. E, ao contrário de muito, não vive de ficar xingando outros candidatos. Numa interminável entrevista, após evento no Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE/MT), para discutir a Reforma Tributária, deixou de lado a modéstia e falou sobre o que o mantém na condição de candidato a governador de Mato Grosso pelo PL.

“Sou o melhor pontuado nas pesquisas, o candidato mais consolidado, mais conhecido, aqueles que todos colocam como cumpridor de compromissos. Sempre busco estar presente e trabalhar pelo bem do Estado, de sua gente. E sou municipalista. Insatisfações existem em todos os lugares”, afirmou o senador, que observou que, na democracia, é natural as pessoas colocarem suas posições, defenderem suas ideias, mas a maioria é que vence a disputa.

“Política e eleição exigem muita tolerância, muita paciência, ouvir muito e falar menos”, completou.





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