Início GERAL Na briga no Estado, governistas estão juntos, mas nem tanto assim

Na briga no Estado, governistas estão juntos, mas nem tanto assim


Secom-MT/Agência Senado e PSD

Qualquer um dos três – Pivetta, WF e Jayme – que receber a chancela da situação disputará arranhado. Desfecho poderá facilitar as coisas para a médica Natasha Slhessarenko (PSD)

Quase todos os políticos eleitos em 2022, em Mato Grosso, estão em campo alinhavando suas candidaturas para 2026, no pleito que acontecerá no domingo, 4 de outubro – portanto, daqui a exatamente um ano.

Dos vitoriosos, somente três não concorrerão no próximo ano: a deputada federal Amália Barros (PL), que morreu aos 39 anos, em 12 de maio de 2024, após a retirada de um nódulo benigno no pâncreas; e os prefeitos de Cuiabá e Rondonópolis, Abílio Brunini e Cláudio Ferreira (ambos do PL), respectivamente, que foram eleitos deputado federal e estadual, renunciaram e venceram a eleição em 2024.

Os demais, sem exceção, querem continuar no poder, numa disputa acirrada ao Governo, para a sucessão de Mauro Mendes (União Brasil), que terá efeitos eleitorais em cascata sobre os demais cargos.

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A sucessão de Mauro Mendes (ainda) é mantida num clima de cordialidade sobre três postulantes do mesmo grupo: o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e os senadores Jayme Campos (União) e Wellington Fagundes (PL).

A cortesia entre os três, no entanto, não abre espaço para composição, que, pela lógica – substantivo desqualificado nos meios políticos –, deveria prevalecer em nome de melhor desempenho eleitoral da corrente governista estadual.

Mauro Mendes gg

Mauro Mendes, que lidera a federação União Progressista (UP), que reúne o União e o PP, tem ascendência sobre prefeitos e vereadores

Qualquer um dos três que receber a chancela oficial do grupo disputará o pleito arranhado, e o desfecho poderá facilitar a virtual candidatura da médica e empresária Natasha Slhessarenko (PSD), que é apontada como o nome de centro-esquerda.

A acomodação dos três nomes é complicada. Pivetta é vice-governador pelo segundo mandato consecutivo e, por várias vezes, substituiu o titular.

Pré-candidato declarado, o vice tem o aval de Mauro Mendes, que, prudentement,e explica que não se trata de apoio partidário, mas particular, porque, em sua federação, Jayme Campos (União) bate na tecla de que o candidato tem que ser ele.

Independentemente do palanque em que Mauro estiver, haverá racha para o Governo.

Em alguns desabafos com jornalistas, Jayme costuma dizer que tanto pode concorrer ao Governo, quanto à reeleição ou “ir para casa”.

Porém, o núcleo que cerca o senador insiste em sua candidatura ao Paiaguás. E à frente desse grupo está o vice-presidente da Assembleia, Júlio Campos (União), irmão de Jayme, que, a exemplo dele, também foi governador.

Mauro Mendes lidera a federação União Progressista (UP), que reúne o União e o PP, tem ascendência sobre prefeitos e vereadores.

Acredita-se que, se não houver composição entre Pivetta e Jayme, Mauro ficará com seu vice e será acompanhado por muitos de seus correligionários nos municípios, onde, dentre outros, antes da formação da federação, ele filiou ao União Brasil os prefeitos Alei Fernandes (Sorriso), Vander Masson (Tangará da Serra), Adilson Gonçalves (Barra do Garças) e Chico Gamba (Alta Floresta).

Mesmo com a força de Mauro Mendes nos municípios, Jayme Campos tem ao seu lado parte dos ex-filiados ao União Brasil, por conta de sua liderança natural e por sua atuação municipalista, liberando emendas para prefeituras.

A disputa ao Governo pelo grupo situacionista não é complicada somente pelo “óleo e água” de Pivetta e Jayme.

Congressista há 43 anos, o senador Wellington Fagundes tem densidade eleitoral nos 142 municípios e tenta emplacar sua candidatura ao Paiaguás.

Wellington não recebe apoio de Mauro nem de Jayme. Muito menos de Pivetta.

A sua seria uma candidatura solo, pela ótica da cúpula.

Wellington sabe dessa realidade e tenta agarrar-se a Jair Bolsonaro (PL), mas sofre boicote do bolsonarismo, que o considera “melancia” Ou seja, verde por fora e vermelho por dentro – isso, por sua antiga e longa ligação com o Dnit, nos governos Lula (PT) I e II, Dilma (PT) I e II e Temer (MDB).

Wellington tem ascendência sobre Ananias Filho, presidente regional do PL e que foi seu assessor. Ananias pisa em ovos, pois é secretário de Governo do prefeito Abílio.

Analistas entendem que Wellington, mesmo apoiado por Ananias, não conseguirá convencer o PL por sua candidatura.

Isso, dentre outros motivos, pelo fato de que Abílio, Cláudio Ferreira e a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), defendem uma dobradinha ao Senado, com o deputado federal José Medeiros (PL) e Mauro Mendes.

 E, consequentemente, com Pivetta encabeçando uma chapa com a vereadora Samantha Iris (PL), mulher de Abílio, para vice-governadora.

DAY AFTER – O grupo governista vive uma dualidade: tem base forte e cúpula mais ainda, porém, poderá repetir o que fez o PSDB de Dante de Oliveira, em 2002, quando dominava politicamente Mato Grosso, que bateu cabeça e Blairo Maggi (PPS) se elegeu governador.

Uma das marcas de Mauro Mendes, Otaviano Pivetta, Jayme Campos e Wellington Fagundes é o gênio forte. Nenhum costuma ceder.

Com Mauro fechando questão com Pivetta, Jayme reagirá e Wellington, também.

Divulgação

Júlio Campos

Núcleo que cerca Jayme insiste em sua candidatura ao Paiaguás. À frente desse grupo está o vice-presidente da ALMT, Júlio Campos (União), irmão do senador

Todos eles e a classe política já ouviram a máxima “Se Campos não é bom aliado, pior ainda é ser adversário”.

Natasha não tem a ver com a disputa intestinal da situação.

Seu nome é apoiado pela federação PT/PCdoB/PV, que, antes dela, batia cabeça pelo nome ao Governo.

Em 2022, Natasha ensaiou uma candidatura, mas seu então partido, o PSB, lhe deu uma rasteira.

Estreante na vida pública, sem histórico e, portanto, sem desgaste, além de seu currículo de médica, empresária e professora universitária, ela tem um berço do qual pode se orgulhar: é filha de Serys Slhessarenko, que foi deputada estadual e senadora, sem jamais se envolver em escândalos.

DESFECHO – Otaviano Pivetta sendo o candidato da situação, a tendência é que tanto Wellington quanto Jayme apoiem Natasha, pois o histórico de ambos não permite imaginar que eles possam migrar para algum partido em busca de legenda para candidatura.

Historicamente o PT, que simboliza a oposição, recebe em torno de 25% dos votos mato-grossenses.

Caso essa votação seja canalizada para Natasha e ela, contando com Wellington e Jayme no palanque, suas chances de vitória tornam-se reais.





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