Pré-candidato ao governo do Estado em 2026, o senador Wellington Fagundes (PL) já começa a sinalizar para categorias que têm reclamações e cobranças ao atual governo de Mauro Mendes (UNIÃO). Em entrevista nesta segunda-feira (13) à Rádio Cultura FM, o senador comentou sobre o pagamento retroativo da Revisão Geral Anual (RGA) dos servidores e sobre a nomeação de aprovados no concurso da segurança pública.
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Ambos os temas têm sido motivo de reclamação de sindicatos e associações, que cobram o reajuste e a convocação dos aprovados no certame.
Ele fez elogios ao governador Mauro Mendes, principalmente na área de infraestrutura, mas ressaltou que é preciso avançar em outras áreas, citando os servidores.
“O Mauro fez um grande trabalho voltado à infraestrutura. O estado de Mato Grosso enriqueceu muito, mas agora entendo que precisamos avançar em algumas áreas. Área de segurança. Precisamos contratar os concursados. O servidor público tem, sim, a necessidade de uma melhor relação. Pagar o RGA tem que ser um compromisso do estado, porque a arrecadação aumentou. Precisa investir, precisa investir, mas tem que investir nas pessoas também”, comentou.
“Não se pode ter um estado em que aumentou tanto a arrecadação e aumentou tanto a concentração de renda”, pontuou.
Quando perguntado se é preciso pagar o RGA de agora em diante ou retroativo, ele defendeu o pagamento dos valores retroativos, mas de forma escalonada.
“O acumulado tem que ser pago também, porque é dívida. Agora, como pagar esse acumulado tem que ser escalonado. É claro, isso não pode ser pegar uma dívida grandiosa e pagar de um dia para o outro. Mas tem que ser pago.”
RGA
Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta perdas acumuladas de 19,5% no poder de compra dos servidores de Mato Grosso desde 2017.
O estudo também revelou que, na prática, a recomposição desse percentual não repõe integralmente as perdas financeiras sofridas ao longo dos anos, já que há valores que deixaram de ser pagos e não entram no cálculo.
Chamamento dos aprovados no concurso da segurança pública
No último mês de setembro, a Associação dos Candidatos Aprovados no Concurso Público para Soldado da Polícia Militar de Mato Grosso (ACAP-PMMT) ingressou com ação judicial na 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá contra o Governo do Estado, cobrando a nomeação imediata dos aprovados no concurso realizado em 2022.
Segundo a associação, do total de 1.800 aprovados no concurso, apenas 600 foram convocados até o momento, deixando cerca de 1.200 candidatos aguardando o chamamento.
Segundo o lotacionograma oficial de abril de 2025, a Polícia Militar dispõe de 13.384 cargos previstos (Lei Complementar nº 529/2014 e Decreto Estadual nº 1.252/2025), mas apenas 7.132 estão ocupados. O déficit chega a 6.252 policiais, quase metade do efetivo necessário, e ultrapassa 61% entre cabos e soldados, justamente os cargos previstos no edital.





