Enquanto líderes mundiais se reúnem em Belém do Pará para discutir o futuro do planeta durante a COP 30, em Cuiabá, a arte mato-grossense assume o papel de porta-voz da urgência ambiental. A artista visual Mari Gemma De La Cruz apresenta, no Parque das Águas, a exposição “Sob o Céu de Urucum há Esperança?”, uma instalação que transforma o espaço público em território de consciência ecológica e poética visual sobre o colapso do Cerrado.
Leia também:
Terreno comprado em 1980 por pai de psicóloga ganha cabanas para hospedagem em Chapada dos Guimarães
A mostra reúne fotografias e vídeos da série “Céu de Urucum”, premiada nacional e internacionalmente, e que também integra, simultaneamente, a exposição coletiva “Imagens para adiar o fim do mundo”, promovida pelo Festival Foto Brasil durante a COP 30. A conexão entre as duas exibições evidencia a força das vozes artísticas do Centro-Oeste no debate global sobre mudanças climáticas, desmatamento e sustentabilidade.
Para Mari Gemma, a arte é uma forma de resistência diante da pressa e da exploração que comprometem o equilíbrio ambiental. “Mesmo que as queimadas cessassem hoje, seus efeitos permaneceriam por décadas. A arte precisa lembrar o que a economia predatória insiste em esquecer: que o colapso ambiental é agora — e que ainda há esperança se agirmos com responsabilidade e imaginação coletiva”, afirma a artista.
O projeto conta com a participação de Divanize Carbonieri, Liandra Rossetti e Neide Silva, além de jovens do Instituto Federal de Mato Grosso, do Campus Bela Vista, orientados pelo professor Marcelo Velasco. O diálogo entre gerações reflete o propósito da mostra: democratizar o acesso à arte e integrar cultura, educação e consciência ambiental.
A exposição, que pode ser visitada gratuitamente e conta com audiodescrição, permanece aberta 24 horas por dia até 24 de novembro, no Parque das Águas.





