Agência Brasil
Lula sobre a prisão de Bolsonaro: “Então, a Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou”
O presidente Lula (PT) disse, neste domingo (23), hoje na reunião com a cúpula de líderes do G20, que não comentaria decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
E disse que “todo mundo sabe o que ele fez”, ao se referir ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — preso preventivamente ontem pela Polícia Federal após decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Lula disse que não faria comentários sobre a prisão de Bolsonaro.
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“A primeira coisa é que eu não faço comentário sobre uma decisão da Suprema Corte. A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, ele teve todo direito à presunção de inocência, foram praticamente dois anos e meio de investigação, de delação e julgamento. Então, a Justiça decidiu, está decidido, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou. E todo mundo sabe o que ele fez”, afirmou o presidente.
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Questionado sobre comentários do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre Bolsonaro, Lula disse que o Brasil “é um país soberano”.
“Trump tem que saber que somos um país soberano, que a gente decide. E o que a gente decide aqui, está decidido”, disse. Isso porque ontem o presidente norte-americano demonstrou desconhecimento sobre a prisão do político de extrema direita.
“O quê? Não sei nada sobre isso. Não ouvi falar. Foi o que aconteceu? É uma pena”, disse Trump.
Lula desembarcou em Joanesburgo, na África do Sul, na sexta-feira para a cúpula de líderes do G20.
O Brasil foi presidente do bloco em 2024 e, por isso, tem participação destacada no evento, ao lado da África do Sul e dos Estados Unidos.
Criado em 1999, o G20 é considerado o principal órgão para cooperação econômica internacional. A cúpula será dividida em três sessões temáticas e resultará em uma declaração de líderes.
PRISÃO DE BOLSONARO – Por decisão de Alexandre de Moraes, Bolsonaro foi enviado para a Superintendência da Polícia Federal preso preventivamente.
A Primeira Turma do Supremo vai decidir se mantém ou não a prisão preventiva em sessão convocada por Moraes para a próxima segunda, das 8h às 20h.
A decisão pela prisão preventiva não tem a ver com o cumprimento da pena por tentativa de golpe.
Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses.
Ele estava em prisão domiciliar com uso de tornozeleira. Defesa tem até a segunda-feira, às 23h59, para questionar a condenação no STF.
Um dos motivos da prisão foi chamamento para vigílias feito pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), aponta a decisão.
A PF entende que a ação causaria aglomerações em frente à casa do ex-presidente, o que geraria risco para ele e terceiros.
Citando textos bíblicos, ele pediu uma mobilização permanente pela liberdade pai.
A decisão do ministro cita “garantia da ordem pública com risco de aglomeração e para o próprio preso.
Moraes considerou que vigília repetiria estratégia da trama golpista.
A decisão relembra vigílias em quartéis e ressalta o risco que uma aglomeração poderia causar, dificultando uma eventual ordem de prisão e até mesmo possibilitando uma possível fuga do ex-presidente.
O ex-presidente tentou romper a tornozeleira na madrugada do dia 22, afirmou Moraes.
Na decisão que valida a prisão preventiva, o ministro do STF informou que a tentativa de violação aconteceu às 0h08.
Uma das hipóteses levantadas no documento é de que o ex-presidente tentaria fugir durante a confusão causada pela manifestação convocada por Flávio.





