Início FINANÇAS os destaques do Ibovespa em novembro

os destaques do Ibovespa em novembro


Em um mês marcado por recordes, o Ibovespa fechou novembro acima dos 159 mil pontos, acumulando ganhos de 6,37% no período, guiado por perspectiva de queda de juros nos EUA e maior visibilidade sobre reduções da Selic ano que vem.

Neste cenário de queda dos juros futuros, as ações de empresas de consumo doméstico registraram as maiores altas. No mês, sete ações subiram mais de 15%; são elas: Magazine Luiza (MGLU3), MRV (MRVE3), RD Saúde (RADL3), Vamos (VAMO3), Cyrela (CYRE3), B3 (B3SA3) e Vibra (VBBR3).

Somente 5 ações caíram mais de 10% em novembro: Hapvida (HAPV3), Engie (EGIE3), Minerva (BEEF3), PetroRecôncavo (RECV3) e Raízen (RAIZ4).

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Maiores altas

Magazine Luiza (MGLU3; +23,26%)

As ações do Magazine Luiza registraram bom desempenho em novembro, em um cenário de maior visibilidade sobre o corte de juros no Brasil, com o mercado dividido entre cortes em janeiro e março para a Selic. Além disso, a retomada de apostas de corte de juros nos EUA também influencia os juros futuros por aqui, o que impulsiona as ações de empresas do setor de varejo e consumo.

Enquanto isso, os dados pré-Black Friday de 24 e 25 de novembro indicam um ciclo de consumo geral mais forte do que em 2024, com receita crescendo 27,9% ano a ano (a/a) na segunda-feira e +33,9% a/a na terça-feira, atingindo R$ 1,63 bilhão e R$ 1,79 bilhão, respectivamente, de acordo com a Neotrust. Quando normalizado para dias da semana equivalentes, o crescimento orgânico subjacente é próximo a 31%.

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Antes da Black Friday, o Magalu anunciou parceria no varejo online com a Americanas (AMER3). Depois de iniciar uma parceria com a chinesa Aliexpress em meados do ano passado, o Magazine Luiza passa a disponibilizar produtos vendidos pela Americanas em seu marketplace e que deverá fazer o mesmo na plataforma da Americanas nas próximas semanas.

Já no início do mês, a varejista divulgou seus resultados, registrando lucro líquido ajustado de R$ 21,2 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo registrado no segundo trimestre deste ano. Ainda assim, o montante representa uma queda de 70% em relação ao registrado no mesmo período de 2024.

MRV (MRVE3; +22,53%)

Além de também se beneficiarem com o cenário de queda dos juros no Brasil e nos EUA, os resultados da MRV divulgados em meados de novembro também influenciaram no desempenho das ações.

Conforme destaca a Nord Research, a construtora registrou forte evolução no 3T25, com alta de +209% no lucro, crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), margens maiores, redução de alavancagem e avanço no MCMV (Minha Casa Minha Vida).

Segundo o Bradesco BBI, a companhia apresentou um sólido 3T25, superando as estimativas de lucro devido a resultados financeiros ligeiramente melhores do que o esperado. Por outro lado, o provável não atingimento da orientação para geração de caixa, provavelmente, permanecerá como o principal quebra-cabeça que falta para a história, dependendo da normalização dos programas habitacionais em nível estadual. O BBI segue com recomendação de compra para os ativos.

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RD Saúde (RADL3; +21,08%)

A visão é positiva para a RD Saúde, o que levou a uma alta das ações. A XP Investimentos ressalta que a varejista farmacêutica, dona das marcas Raia e Drogasil, foi um dos destaques do setor na temporada de resultados do terceiro trimestre, uma vez que ela foi beneficiada pelo desempenho do GLP-1, usados no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.

O Goldman Sachs também ressalta, olhando para frente, que os resultados tendem a ser resilientes pela combinação entre a demanda por medicamentos GLP 1, o avanço dos genéricos e o efeito da expiração de patentes. A base mais leve em produtos de higiene e beleza, conhecidos como HPC, também deve ajudar a alavancagem operacional. As ações negociam a 24 vezes o lucro estimado para 2026, com crescimento anual composto igualmente de 24% entre 2026 e 2028.

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Vamos (VAMO3; +20,06%)

O alívio nos juros durante o mês também impulsionaram as ações da Vamos.

Além disso, a companhia divulgou seus resultados do 3T25 no último dia 12. A XP aponta que os resultados foram fracos, conforme esperado, com lucro líquido de R$ 51 milhões (-39% trimestralmente e em linha com a projeção da XP).

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Pelo lado positivo, destaca: (i) desempenho geral positivo na receita, com (a) aceleração das receitas de locação (+11% ano a ano versus +9% no 2T25) e (b) vendas de Seminovos avançando significativamente (+22% trimestre a trimestre); e (ii) maior implementação de capex (+12% trimestralmente – principalmente impulsionada por novos ativos e extensões de contratos, enquanto o Sempre Novo ainda fica atrás) e menor nível de retomadas de ativos (-31% – embora ainda relativamente alto). No entanto, a rentabilidade permaneceu sob pressão, já que tanto Locação quanto Seminovos enfrentam compressão de margem devido à estratégia recente de acelerar a venda de ativos não locados (margem Ebitda consolidada em 58,5%). A XP seguiu com recomendação de compra.

Cyrela (CYRE3; +16,73%)

O conjunto de fatores macro, como sinal de queda de juros, e micro, como bons resultados, impulsionaram as ações no mês.

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Em novembro, a Cyrela divulgou ter apresentado resultados sólidos no terceiro trimestre, com desempenho financeiro alinhado às suas expectativas em todas as linhas, mas com geração de caixa livre de R$ 88 milhões, acima do previsto.

“A execução da Cyrela foi impecável, conseguindo expandir suas operações residenciais mesmo diante de um cenário econômico desafiador, marcado por juros elevados. A empresa possui um portfólio de lançamentos de destaque e um grande estoque de terrenos no segmento de baixa renda, o que deve impulsionar o crescimento das operações da Vivaz e a expansão da rentabilidade sobre o patrimônio”, avalia o Itaú BBA.

Com um valuation atrativo, com o múltiplo preço em relação ao lucro de 5,3 vezes para 2026, o BBA manteve Cyrela como sua principal escolha no setor de média/alta renda, mantendo recomendação de compra.

B3 (B3SA3; +16,51%)

A Bolsa registrando sucessivos recordes e o cenário de queda de juros também beneficiaram as ações da B3 em novembro.

Além disso, em meados do mês, a operadora da Bolsa  divulgou seus resultados, com destaque para o lucro líquido de R$ 1,2 bilhão.

Os números da B3 ficaram em linha com as expectativas da XP, com receita total foi de R$ 2,8 bilhões, enquanto a receita líquida diminuiu na base trimestral devido a efeitos não recorrentes no reconhecimento acumulado de créditos tributários de PIS e Cofins que impactaram o 2T25, resultando em uma base de comparação difícil.

Segundo a XP, os mercados apresentaram desempenho misto, com os volumes de Derivativos e Ações à Vista caindo, enquanto a Renda Fixa continuou a crescer. Soluções de mercado de capitais, dados analíticos e tecnologia registraram crescimento consistente.

Já o Goldman Sachs comenta que resultado da B3 superou suas expectativas de forma ampla, com receitas e despesas melhores do que o previsto. As receitas de mercados vieram melhores que o temido, e todos os outros segmentos apresentaram crescimento.

Confira as ações do Ibovespa que subiram em novembro:

Ticker da ação Preço da ação (R$) Variação no mês (%)
MGLU3 10,28 23,26%
MRVE3 9,3 22,53%
RADL3 24,01 21,08%
VAMO3 3,83 20,06%
CYRE3 35,72 16,73%
B3SA3 14,96 16,51%
VBBR3 24,88 15,35%
TAEE11 43,52 14,95%
VIVA3 35,11 14,92%
ALOS3 28,35 14,73%
BRKM5 7,6 14,29%
PCAR3 4,08 14,29%
CPFE3 48,77 14,22%
RENT3 45,25 14,12%
AURE3 12,27 13,30%
CEAB3 17,76 11,98%
CPLE5 14,35 11,67%
BPAC11 54 11,34%
ASAI3 9,44 10,79%
FLRY3 16,05 10,46%
MBRF3 19,32 10,14%
VIVT3 35,43 10,13%
CURY3 38,36 9,91%
AXIA6 67,03 9,72%
CXSE3 16,19 9,54%
DIRR3 18,51 9,53%
ISAE4 27,85 9,43%
EQTL3 39,76 9,23%
MULT3 30,16 8,61%
SANB11 34,2 8,50%
AXIA3 62,5 8,32%
RDOR3 46,63 8,19%
RAIL3 16,85 7,94%
ABEV3 13,86 7,36%
IGTI11 26,4 7,32%
BBDC4 19,64 7,14%
BBDC3 16,73 6,83%
LREN3 15,75 6,78%
BRAP4 19,43 5,89%
SBSP3 140,99 5,77%
SMFT3 26,25 5,76%
ENEV3 19,87 5,75%
AZZA3 28,96 5,62%
PETR4 31,79 5,61%
PETR3 33,38 5,00%
COGN3 3,9 4,84%
ITSA4 12,33 4,67%
TIMS3 25,33 4,45%
HYPE3 26,8 4,28%
ITUB4 41,64 3,89%
WEGE3 44,25 3,39%
GGBR4 19,04 3,31%
VALE3 67,4 3,14%
UGPA3 21,99 2,81%
SLCE3 16,54 2,67%
BBSE3 34,11 2,62%
GOAU4 11 2,42%
PRIO3 37,21 2,11%
BBAS3 22,47 1,77%
CSAN3 6,16 1,15%
CVCB3 1,88 1,08%
IRBR3 50,25 0,66%
CMIG4 11,5 0,35%
KLBN11 17,73 0,11%

Maiores baixas

Hapvida (HAPV3; -53,62%)

A Hapvida (HAPV3) amargou queda de mais de 40% em um só dia após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025. Na teleconferência sobre o balanço, a companhia reconheceu que seu desempenho de terceiro trimestre ficou aquém do esperado, embora tenha apontado que a empresa está melhor que quase todos os competidores.

A companhia registrou lucro líquido de cerca de R$ 338 milhões no terceiro trimestre deste ano. No terceiro trimestre a sinistralidade caixa alcançou 75,2%, aumento de 1,3 ponto porcentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, refletindo a maior utilização sazonal e o ramp-up de novas unidades.

Após queda de 48% em apenas quatro sessões, parte dos analistas consideraram que houve reação exagerada do mercado. Assim, mesmo passando o “facão” nas projeções, equipes de análises de grandes bancos seguem com recomendação de compra para HAPV3 ao observarem ainda bom potencial de alta para as ações.

Para os analistas, embora seja improvável que surjam grandes catalisadores para uma valorização significativa, um 4T25 “normalizado” — pressionado, mas sem novas preocupações — poderia permitir que as ações atingissem o novo preço-alvo, mais modesto. “Dito isso, a perspectiva continua desafiadora”, avalia.

Engie (EGIE3; -23,97%)

O mês ficou marcado pela reforma do setor elétrico sendo que, no fim do mês, o governo federal publicou seus vetos ao projeto setorial.

Embora os vetos fossem esperados pela maioria dos agentes do setor, ainda havia incerteza sobre quais artigos seriam derrubados. O conteúdo dos vetos publicados está mais alinhado com o texto final originalmente aprovado pelo Senado, adotando uma abordagem mais restritiva em relação aos reembolsos relacionados a eventos de restrição (curtailment).

Na visão dos analistas, as mudanças introduzidas pelo governo implicam em reembolsos menores para as geradoras (gencos) impactadas por restrições. A visão é negativa para a Engie, assim como para Auren (AURE3).

Minerva (BEEF3; -15,58%)

A Minerva esteve entre as maiores quedas do Ibovespa, apesar de divulgação no começo do mês da divulgação dos resultados do 3T25.

A companhia reportou resultados sólidos no 3T25, com destaque para o volume recorde de abates e forte geração de caixa, ainda que as margens tenham vindo abaixo das expectativas. A receita líquida somou R$ 15,5 bilhões +12% no trimestre, impulsionada pela monetização de estoques e pelo aumento de 10% nos volumes, que atingiram 55 mil toneladas. O Ebitda totalizou R$ 1,4 bilhão, abaixo das projeções, mas ainda em nível recorde.

O banco destaca que a disponibilidade de gado no Brasil segue favorável e sustentou volumes robustos, tendência que deve continuar no 4T25. A monetização de estoques – principal ponto de atenção ao longo do ano – e a consequente geração de caixa foram destaques importantes.

No entanto, seguiu com recomendação neutra, dado o baixo grau de visibilidade sobre a recorrência da geração de caixa incremental.

PetroRecôncavo (RECV3; -15,28%)

As ações da PetroRecôncavo registraram queda em um mês negativo para o petróleo, que fechou com perdas de quase 4%.

Os resultados, divulgados no início de novembro, tiveram alguns pontos de decepção. A companhia registrou receita líquida de R$ 786 milhões no 3T25 (-2% trimestralmente, ou t/t; -8% anualmente, ou a/a), refletindo a combinação de menor produção (-3% t/t), queda de 4% no câmbio e estabilidade no preço médio do Brent (+2% t/t, a US$ 86/bbl). A receita com petróleo totalizou R$ 472 milhões (-5% t/t) e a de gás R$ 299 milhões (-2% t/t), ambas impactadas pela retração de volumes e pelo mix de contratos.

Leia mais: Petroleiras sofrem pressão com commodity; veja quais ações preferidas dos analistas

A casa de análise tem recomendação de manutenção para as ações RECV3. Apesar do resultado razoavelmente em linha com as suas estimativas/consenso de mercado, a leitura adiante para tese da empresa nos mantém cético quanto a possível recuperação do preço do ativo tendo em vista a fraqueza recente no preço do brent, performance da produção abaixo das premissas mais conservadoras consideradas em suas certificações de reservas e, por último, resultado decepcionante das recentes perfurações iniciadas no 4T24 – que, em última instância, irá precisar de novos investimentos para viabilizar a produção.

“Considerando um futuro ainda desafiador para a empresa no que diz respeito a evolução da produção, não vemos grandes motivos para alterarmos a nossa recomendação no ativo”, avalia.

A Genial ressaltou ter ficado com um sentimento negativo em relação à tese da empresa. “A empresa não apenas apresentou resultados decepcionantes das suas últimas perfurações como nos deu perspectivas pouco interessantes no tocante a uma eventual recuperação no curto prazo: depleção de reservatório, volume injetado maior que o produzido e campos requisitando tecnologias além daquelas já utilizadas pela empresa”, aponta.

Raízen (RAIZ4; -10,64%)

As últimas semanas têm sido marcadas por revisões para baixo para a Raízen, com destaque para o alto nível de endividamento.

No fim do mês, a avaliação de crédito da Raízen foi cortada em um nível para o território de junk pela Moody’s Ratings, que citou a deterioração dos indicadores de dívida da maior produtora de etanol do Brasil. A Moody’s rebaixou a empresa de Baa3 para Ba1.

“O atual nível de endividamento continua a impor restrições significativas ao negócio, desafiando a capacidade da Raízen de sustentar uma geração de caixa positiva”, diz o comunicado. Os ratings permanecem sob revisão para novos rebaixamentos, e a Moody’s diz que não prevê uma recuperação significativa no curto prazo.

Confira as ações do Ibovespa que caíram em novembro:

Ticker da ação Valor da ação (R$) Variação no mês (%)
HAPV3 14,1 -53,62%
EGIE3 30,64 -23,97%
BEEF3 6,23 -15,58%
RECV3 10,7 -15,28%
RAIZ4 0,84 -10,64%
CSNA3 8,44 -9,25%
CMIN3 5,4 -9,09%
NATU3 8,28 -8,40%
BRAV3 13,64 -8,15%
ENGI11 49,32 -4,55%
EMBJ3 84,04 -3,70%
USIM5 5,41 -2,35%
SUZB3 47,58 -2,00%
YDUQ3 13,61 -1,80%
PSSA3 47,19 -1,75%
TOTS3 42,8 -1,15%
MOTV3 15,97 -0,93%
POMO4 6,47 -0,31%



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