Início NACIONAL empresária responderá por homicídio simples

empresária responderá por homicídio simples


Goiânia – A empresária Grazielly da Silva Barbosa, ré em razão da morte da influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva, que fez um procedimento para aumentar o bumbum na clínica da qual ela era dona, conseguiu uma vitória na Justiça nessa terça-feira (2/12). Agora, foi excluída a qualificadora de homicídio por motivo torpe, ou seja, a mulher será julgada por homicídio simples.

A decisão é da Terceira Câmara Julgadora do Tribunal de Justiça de Goiás. O caso aconteceu em junho de 2024. Durante o procedimento, Grazielly aplicou PMMA nos glúteos da influenciadora. Aline começou a ter febre e foi internada num hospital de Brasília, onde morreu em 2 de julho.

De acordo com o advogado Welder de Assis Miranda, que defende a dona da clínica, a estratégia visa reduzir a pena que a empresária deve cumprir.

O tribunal do júri ainda não tem data marcada. Segundo o defensor, a sustentação será de que o homicídio foi culposo, ou seja, sem intenção de matar.


Relembre o caso

  • O procedimento da influenciadora foi realizado em 23 de junho de 2024, e ela morreu nove dias depois, em Brasília, após ser internada com dor e febre.
  • Grazielly se apresentava como biomédica, mas não tinha formação na área. A clínica em que o procedimento foi realizado não tinha responsável técnico nem alvará sanitário para funcionar, de acordo com a denúncia. A clínica foi fechada um dia após a morte da influenciadora.
  • De acordo com laudo cadavérico relatado na denúncia, a morte de Aline foi causada por falência múltipla de órgão, após choque séptico “com origem no tecido subcutâneo dos glúteos”.
  • PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância plástica com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos, mas a a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o PMMA de risco máximo; por isso, só ele deve ser administrado por profissionais médicos treinados.

Denúncia

Grazielly foi denunciada por homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar , mesmo sem intenção. O MPGO considerou que o PMMA foi aplicado “em ambiente e condições impróprias, sem a qualificação técnica necessária e sem observar minimamente os deveres legais de cuidados inerentes ao procedimento”.

De acordo com relatos ouvidos do marido e de uma amiga de Aline, que a acompanharam durante o procedimento, a influenciadora recebeu 30 ml de PMMA em cada glúteo. A aplicação durou menos de 20 minutos, informou o MP.

“Na sequência, a denunciada, sem luvas, massageou a região da aplicação para espalhar o produto e aplicou curativos”, diz a denúncia.

Ao sentir dor e febre, Aline ligou para a empresária no dia seguinte, relatou o MP. Grazielle orientou que a influenciadora tomasse alguns medicamentos e “a persuadiu a não procurar atendimento médico”, detalha o documento.

Visita da empresária

Quatro dias após o procedimento, em 27 de junho, Aline procurou um hospital em Brasília, onde morava, e foi internada, informou o MP.

Conforme a denúncia, ela chegou a receber uma visita de Grazielly, que foi ao hospital e aplicou um anticoagulante na influenciadora, “dizendo que era para evitar trombose”.

No mesmo dia, Aline foi transferida para a unidade de terapia intensiva (UTI) de outro hospital. Ela morreu cinco dias após a visita da empresária.



FONTE

Google search engine