Novembro foi um bom mês para os fundos imobiliários, com o índice do setor Ifix, que acompanha as negociações das cotas das principais carteiras na B3, em alta de 1,86% e renovando sua máxima histórica com 3.660 pontos. Para dezembro, 11 fundos lideram as recomendações de dez bancos e corretoras consultados pelo Infomoney, que todo mês compila as indicações das carteiras para mostrar os ativos mais indicados.
A expectativa também é que a queda dos juros prevista para o próximo ano beneficie os fundos imobiliários. Mas os melhores retornos não costumam ocorrer depois do primeiro corte da taxa básica Selic, e sim antes, pois os preços dos fundos imobiliários reagem às curvas de juros futuros, que antecipam as decisões do Banco Central, explica Maria Giulia, analista da Rico Investimentos em relatório.
Analisando os últimos três ciclos de cortes de juros, a analista observa que a melhor estratégia, historicamente, foi antecipar o investimento em fundos imobiliários entre 4 e 12 meses antes do início da redução. Os investidores que adotaram essa estratégia acumularam retornos médios equivalentes a CDI mais 6,0% ao ano e CDI mais 8,8% ao ano nos 12 meses seguintes ao primeiro corte, superiores aos obtidos por quem esperou o corte em aplicações em CDI.
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Com seis indicações em dezembro, os fundos Bresco Logística e Kinea Renda imobiliária se destacam. Os fundos de recebíveis se destacam, com 4 entre os 11 preferidos, acompanhando os ganhos dos juros ainda altos na economia e que puxam as taxas também nas operações de crédito do mercado. Em seguida vêm os fundos de logística, com duas carteiras entre as mais indicadas, sugerindo que a aposta também é que a atividade continuará forte nos próximos meses, como tem sido ao longo deste ano. Também nessa linha, de economia aquecida, aparece um fundo de shopping centers e outro de lajes corporativas.
Confira os fundos imobiliários mais indicados para investir em dezembro:
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| Fundo | Código | Tipo | Indicações | Var. Nov (%) |
| Bresco Logística | BRCO11 | Logística | 6 | 1,02 |
| Kinea Rend. Imob | KNCR11 | Recebíveis | 6 | 1,6 |
| BTG Pactual Logística | BTLG11 | Logística | 5 | 1,4 |
| Kinea Securities | KNSC11 | Recebíveis | 5 | -0,6 |
| RBR High Grade | RBRR11 | Recebíveis | 5 | 0,5 |
| FII RBR Plus Multiest. | RBRX11 | Hedge Fund | 5 | 0,9 |
| TRX Real Estate | TRXF11 | Renda Urbana | 5 | 0,98 |
| XP Malls | XPML11 | Shoppings | 5 | 2,3 |
| Kinea Hedge Fund | KNHF11 | Multiest. | 4 | 0,69 |
| Mauá Capital Receb. | MCCI11 | Recebíveis | 4 | -0,2 |
| VBI Prime Offices | PVBI11 | Lajes Corp. | 4 | 8,9 |
Bresco Logística (BRCO11)
Está presente como destaque em seis das dez carteiras recomendadas para dezembro. Segundo o BTG Pactual, o Bresco tem grande exposição ao estado de São Paulo, especialmente em regiões próximas à Capital, além de exposição a contratos atípicos, que trazem previsibilidade a parte das receitas do fundo. A carteira é composta também por imóveis de altíssimo padrão e com possibilidade de geração de valor no longo prazo por meio de reformas e expansões em seus ativos.
Kinea Renda Imobiliária (KNCR11)
Com 90,2% do porfólio em 82 operações de CRIs de baixo risco de crédito, 5,9% em LCIs e 10,8% em caixa, o fundo se destaca pela excelente equipe de gestão, uma carteira de crédito pulverizada e de baixo risco, estrutura robusta de garantias e menor volatilidade em relação aos seus pares, segundo a XP Investimentos.
BTG Pactual Logística (BTLG11)
O fundo possui hoje 33 imóveis, 90% localizados no Estado de São Paulo que se destacam pela alta qualidade imobiliária e localizações estratégicas, avalia a Rico Investimentos. A corretora observa ainda a diversificação de locatários e a exposição a empresas resilientes, além de um mix equilibrado de contratos. O fundo tem ainda uma equipe de gestão qualificada, com histórico consistente de reciclagem de ativos, e possui excelente liquidez no mercado secundário, conclui a Rico.
Kinea Securities (KNSC11)
Para a Monte Bravo Corretora, o fundo se destaca por sua estruturação proprietária, a qualidade de seu time de gestão, boa pulverização e diversificação entre setores de atuação e geografias dos principais devedores.
RBR High Grade (RBRR11)
O fundo tem uma carteira de ativos diversificada, com garantias robustas e localizadas em regiões premium, avalia o BTG Pactual. Conta ainda com um time de gestão de ponta, com experiência no setor imobiliário e tem uma alocação em diferentes estratégias e possui boa liquidez de mercado, segundo o BTG.
FII RBR Plus Multiestratégia (RBRX11)
Um hedge fund, com estratégia diversificada que inclui fundos imobiliários, crédito, ações e situações especiais. Para a XP, o fundo tem um time de gestão qualificado com rentabilidade superior à média, e deve se beneficiar da incorporação do RBRF11, o que elevou o seu patrimônio para R$ 1,47 bilhão, o terceiro maior hedge fund imobiliário listado na bolsa. O fundo também tem níveis de negociação atrativos e retorno em dividendos convidativo, diz a XP.
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TRX Real Estate (TRXF11)
O fundo possui 74 imóveis em 12 Estados, sendo metade em São Paulo. Segundo o BB Investimentos, o TRX possui concentração elevada em inquilinos de varejo, especialmente grandes redes de supermercados como Assaí, Mateus e Pão de Açucar. Para o BB, o fundo é atraente tanto para o investidor que busca renda quando para quem busca valorização patrimonial.
O Santander Brasil gosta do fundo e o mantém como preferência para o segmento de shopping centers, avaliando como positiva a reciclagem da carteira, ainda em curso, com o objetivo de reforçar o caixa para fazer frente às obrigações financeiras deste ano. O fundo informou que pretende se desfazer de nove empreendimentos no valor de R$ 1,6 bilhão. O Santander estima um retorno em dividendos em 10,3%.
Kinea Hedge Fund (KNHF11)
O fundo é o único da estratégia que contempla a expertise de gestão das áreas de CRI, tijolo e multimercados, observa a Terra Investimentos. Hoje possui 59,5% dos ativos em CRIs, 13% em fundos imobiliários, 29,5% em imóveis e 0,7% em ações, o que totaliza 121% do patrimônio devido ao uso de endividamento, ou alavancagem.
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Mauá Capital Recebíveis (MCCI11)
O fundo aplica hoje 80% do patrimônio em CRIs, 12% em cotas de outros fundos, 6% em alocação tática e tem 2% em caixa. Segundo a Rico, o Mauá Capital possui excelente equipe de gestão, uma carteira de crédito de baixo risco e com garantias robustas, incluindo imóveis já concluídos e bem localizados. Apresenta também um retorno em dividendos anualizado de 13,7% e rentabilidade implícita de IPCA mais 11,2% ao ano e cotas com preço convidativo.
VBI Prime Offices (PVBI11)
O fundo é um dos indicados pela Monte Bravo pela concentração relevante do portfólio no eixo Faria Lima-Itaim, além de apresentar capacidade de realizar ações revisionais nos imóveis recem-adquiridos. Segundo a Monte Bravo, o fundo também faz uma boa reciclagem de sua carteira, possui imóveis de alto padrão e as cotas apresentam ótima liquidez no mercado secundário.





