Preso nesta quarta-feira (3) após ser flagrado espancando uma ex-companheira, o empresário covarde Alexandre Franzner Pisetta, de 42 anos, já foi processado em 2018 por uma outra convivente, que sofreu diversas ameaças e perturbação do sossego por parte dele, que também não aceitava o término. Xingamentos, ameaças e mensagens enviadas através de familiares revelaram, até então, o modus operandi de Alexandre: inconformado com os términos com as mulheres que se relaciona, ele passa a ameaçá-las e agredi-las. No caso mais recente, ele ainda tentou estuprar e matar a jovem Stéphany Leal, de 21 anos, responsável por lhe denunciar publicamente.
Leia mais: Juiz vê risco de feminicídio e decreta prisão preventiva de empresário flagrado espancando a ex-companheira em Cuiabá
O Olhar Jurídico obteve acesso ao processo aberto em 2019 contra Alexandre. As sua então ex-companheira, após o término entre eles, passou a sofrer intimidações e receber mensagens ameaçadoras, com cunho pejorativo. Nos recados, Alexandre a xingava de puta, vadia, e a acusava de subir na vida somente após se relacionar com os superiores da empresa onde trabalhava.
Sem aguentar a situação, a moça procurou a polícia e denunciou o ex. Ela pediu medida protetiva e o processou por ameaça e injúria. Alexandre chegou a comparecer na delegacia e cumprir medidas protetivas, como a proibição de se aproximar dela, de contatar sua família e ir até o local de trabalho. Em seu depoimento, resguardou-se no direito de permanecer em silêncio.
Em 2022, os crimes imputados a Alexandre prescreveram e o processo foi arquivado com a extinção da punibilidade. Apesar de ter respondido esse caso por anos, Alexandre continuou seu intento de violência contra as mulheres.
Foi então que, nesta quinta-feira (4), a jovem Stephany Leal usou suas redes sociais para denunciar Alexandre novamente, desta vez em situação ainda mais grave, com agressões físicas, tentativa de feminicídio e estupro.
O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Audiências de Custódia de Cuiabá, decretou a prisão preventiva de Alexandre Franzner Pisetta, empresário de 42 anos que foi detido após ser flagrado espancando a ex-companheira, Stephany Leal Vareiro, designer de 21 anos que expôs os episódios de violência nesta quinta-feira (4).
“Eu não podia sair com uma amiga porque eu era biscate. Hoje eu tive que virar e falar, ‘Ou esse cara é preso ou eu vou morr3r”. “O áudio mais fraco dele é falando ‘você é uma bandida’, ‘vagabunda’.
Em vídeos publicados em suas redes sociais, ela exibiu gravações de câmeras de segurança que registram as agressões sofridas dentro de seu apartamento.
A jovem relatou que, após a violência sofrida tomou todas as medidas legais. Ela foi à Delegacia da Mulher, registrou a ocorrência e realizou o exame de corpo de delito, certa de que, com todas as evidências em mãos, o agressor seria preso. Mas isso não aconteceu.
“Com vídeo, com foto, com hematomas, eu fiz exame de corpo de delito, eu tinha tudo. Achei que esse cara ia ser preso em flagrante para aprender a respeitar a mulher (…) Não aconteceu nada. Vocês sabem o que precisa acontecer no Brasil para um cara ser preso? Para um cara ser preso no Brasil, ele tem que matar a mulher”
Alexandre Pisetta foi preso em flagrante nesta quinta-feira (4), após a vítima registrar uma nova ocorrência.
As investigações apontam que ele a agrediu e estupr*u, descumprindo medida protetiva já imposta. O empresário passou por audiência de custódia, por ordem do juiz João Bosco Soares, foi mantido preso preventivamente.
Após ser submetido a audiência, Alexandre, que também se declara vendedor autônomo, teve a prisão em flagrante homologada e, diante da gravidade do caso, o magistrado ordenou o cárcere preventivo.
A designer detalha um padrão de contato agressivo no qual o suspeito misturava tentativas de reconciliação, como o envio de presentes e dinheiro, com contínuas injúrias e ameaças de morte proferidas por ele, que se recusa a aceitar o término do relacionamento.
A situação escalou dramaticamente quando o suspeito, motivado por ciúmes e posse, enviou mensagens explícitas ameaçando matar a vítima e seu vizinho, levando a comunicante a registrar formalmente os fatos e informar que ele possuía uma arma de fogo. As imagens que ela publicou também foram reveladoras dos atos covardes e violentos cometidos por Alexandre. Em um dos registros, é possível vê-la tentando se esquivar das agressões, no momento em que ele tenta conjuração carnal sem o consentimento dela.
Diante da gravidade dos relatos e do histórico de violência, o juiz converteu o flagrante em prisão preventiva, justificando que a segregação era essencial para garantir a integridade física e psicológica da vítima e evitar que a situação evoluísse para um feminicídio.
“A situação dos autos e muito delicada e exige toda cautela, de modo a evitar que descambe para novos atos de agressão que podem chegar a um feminicídio. No depoimento que prestou, a vítima deixou claro que teme por sua vida e integridade física”, diz trecho da decisão.





