Faltando oito meses para o início oficial das convenções partidárias, o xadrez eleitoral em Mato Grosso já apresenta uma configuração bastante delineada para a sucessão ao governo estadual em 2026. O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) é hoje o nome mais articulado no nível institucional, com apoio declarado do Novo, PRD e Solidariedade. Além disso, deve assumir o cargo de governador em março, caso se confirme a tendência de desincompatibilização do governador Mauro Mendes (União), que é cotado para disputar uma vaga ao Senado.
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A favor de Pivetta pesam dois fatores relevantes: o apoio pessoal do próprio Mauro Mendes, presidente estadual do União Brasil, e a adesão de Cidinho Santos, principal nome do Progressistas, partido que compõe federação com o União. Mesmo assim, o União Brasil não tem consenso. Uma ala ligada ao senador Jayme Campos defende sua candidatura própria ao governo, com o argumento de que isso fortaleceria as chapas proporcionais da sigla na disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.
No Progressistas, o foco principal também são as eleições proporcionais. A suplente de senadora Margareth Buzzetti (PP) pleiteia candidatura ao Senado, mas também é cotada para compor uma chapa de deputado federal.
Já no campo do PL, o senador Wellington Fagundes é mantido como pré-candidato oficial ao governo pelo comando nacional da legenda. Wellington lidera as pesquisas de intenção de voto até aqui e simboliza a candidatura do “bolsonarismo institucional”, devido o manto do Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para o Senado, o PL tem como pré-candidato o deputado federal José Medeiros.
Se hoje Pivetta tem mais apoio institucional devido ao fato de estar na máquina estadual, o PL deve atrair partidos após março, com a convergência de lideranças de direita que querem aderir ao bolsonarismo institucional.
Outra vertente do campo bolsonarista se organiza no Democracia Cristã (DC), com os nomes dos produtores rurais Antônio Galvan, para o Senado, e Mauríção Tonhá, para o governo. Ambos têm boa entrada entre sindicatos rurais e produtores de médio porte, e se apresentam como representantes do “bolsonarismo raiz”.
No campo do centro e da esquerda, o grupo ligado ao ministro da Agricultura, senador licenciado Carlos Fávaro (PSD), apoia a pré-candidatura da médica Natasha Slhessarenko. A articulação envolve PSD, PT, PV e PCdoB. O PDT também está sob influência desse grupo, embora cogite lançar nome próprio para reforçar suas chapas proporcionais. A federação Rede-PSOL pode seguir o mesmo caminho.
O MDB, comandado pela deputada estadual Janaina Riva, prioriza a pré-candidatura da parlamentar ao Senado. Em relação ao governo, o partido segue dividido entre o apoio a Pivetta e Wellington. A sigla poderia ate mesmo lançar Janaina de forma isolada e liberar os correligionários a apoiar qualquer um dos candidatos ao governo.
Já o Podemos deve ganhar centralidade em 2026. A sigla vai receber a filiação do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (hoje no PSB), além de outros deputados, prefeitos e secretários. Com isso, se tornará a sigla mais cobiçada por quem busca aliança majoritária. Max tem boa relação tanto com Pivetta quanto com Wellington e, por ora, evita declarar apoio. O PSB, atualmente presidido por Max, deverá ser transferido para o ex-governador Pedro Taques, que articula candidatura ao Senado com discurso crítico ao grupo de Mauro Mendes, com quem rompeu politicamente desde 2018.
Por fim, o PSDB, sob liderança do deputado Carlos Avalone, também não fechou posição. O partido tem boa relação com os dois principais nomes da disputa e deve tomar decisão mais próxima do período das convenções.
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