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Justiça revoga prisão de PMs acusados de usar nome do presidente do TJ em farsa com R$ 10 mil; um segue preso pelo Caso Nery



O juiz João Francisco Campos de Almeida revogou a prisão preventiva dos policiais militares Jackson Pereira Barbosa e Eduardo Soraes de Moraes, e da comparsa deles Laura Kellys da Cruz – trio acusado de usar indevidamente o nome do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador José Zuquim, para tentar entregar R$ 10 mil na sede do Judiciário, em uma suposta tentativa de fraude. A motivação do crime ainda segue sendo investigada. Jackson conseguiu liberdade apenas no processo da farsa em nome de Zuquim, porém segue preso pelo envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, sob acusação de ter intermediado a execução.

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Em ordem proferida na noite desta sexta-feira (19), o juiz da 6ª Vara Criminal de Cuiabá analisou solicitação para revogação da prisão preventiva dos três, feita sob argumento de que a liberdade deles já não resulta em riscos para a tramitação do processo. O juiz fundamentou a ordem no fato de que a instrução criminal já foi encerrada, eliminando o risco de interferência na coleta de provas pelos acusados.

A decisão foi contrária aos argumentos do Ministério Público e acatou as sustentações defensivas, destacando que a gravidade abstrata dos delitos (cometidos sem violência ou rave ameaça) e a espera por laudos periciais não justificam a manutenção da segregação cautelar, uma vez que eles estão detidos há mais de 120 dias.

Como alternativa à prisão, o juiz estabeleceu medidas cautelares incluindo a proibição de contato com testemunhas e a restrição de deixar a comarca sem autorização. Contudo, não impôs monitoramento por tornozeleira. Por fim, ordenou a libertação imediata do trio e abriu prazo para que as partes apresentem suas alegações finais antes do julgamento.

Defesa de Jackson recebeu a decisão com naturalidade, afirmando que, ao longo do processo, a participação dele não foi comprovada. “Seguiremos trabalhando para o reconhecimento definitivo de sua inocência”, pontuou.
 
Antes mesmo da ação criminosa, Jackson Pereira Barbosa já estava preso por suspeita de envolvimento no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em 2024. Ele é acusado de intermediar a execução, sendo uma das pontes entre o casal de fazendeiros mandantes, Cesar Sechi e Julinere Goulart, e os executores, o também militar Heron Teixeira e o caseiro dele, Alex Queiroz. Todos seguem presos, inclusive Jackson, que conseguiu a revogação da preventiva no caso de Zuquim.

No caso do envelope com R$ 10 mil, a denúncia aponta que o Eduardo, Jackson e Laura agiram de forma organizada, usando a falsa identidade de uma alta autoridade do Judiciário para tentar praticar fraude dentro do Fórum de Justiça. Ainda não se sabe a motivação.
 
Segundo a denúncia, Jackson, mesmo preso, teria atuado como mentor; Laura seria responsável pelo acompanhamento da ação e pelo repasse de informações; e Eduardo foi quem realizou a entrega do valor utilizando o nome do presidente do TJ. Agora em liberdade, eles seguem respondendo o processo e podem ser condenados por associação criminosa, falsidade ideológica e falsa identidade. 
 



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