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Lula apoia fim da escala 6×1 e leva bandeiras de 2026 à TV em pronunciamento de Natal


O presidente Lula durante tradicional pronunciamento de Natal, que foi ao ar nesta quarta-feira (24)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o fim da escala 6×1, sem redução de salário, no tradicional pronunciamento de Natal, nesta quarta-feira (24), e levou à rede nacional de rádio e televisão temas que devem compor o discurso da campanha petista para as eleições de 2026.

Em sua fala, que começou a ser transmitida às 20h30 e teve duração de pouco mais 6 minutos, Lula fez um balanço dos avanços obtidos pelo governo no ano, destacando a “vitória” obtida na negociação com o presidente Donald Trump sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Ao falar sobre o assunto, aparece a imagem de Lula dando um aperto de mão com o norte-americano — já chamado de fascista por petistas.

O chefe do Executivo também exaltou a ampliação da faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000 mensais, uma das principais bandeiras da campanha de Lula e aposta do governo para o pleito do próximo ano.

Homem de cabelos grisalhos e barba branca veste terno azul e gravata vermelha, falando em frente a fundo dourado. À esquerda, árvore de Natal decorada com bolas vermelhas e luzes.O presidente Lula durante tradicional pronunciamento de Natal, que foi ao ar nesta quarta-feira (24) – Reprodução @CanalGovLula também fez referência ao combate ao crime organizado em sua fala, apesar do tom otimista em seu discurso, o tema é um gargalo e desafio para a esquerda.

Outra bandeira que deve ser explorada na disputa eleitoral de 2026, o fim da escala 6×1 é uma pauta que tramita em mais de uma proposta no Congresso Nacional e tem apoio do Planalto. No discurso de Natal, Lula defendeu que o direito ao tempo é urgente e que não é justo ter apenas um dia de descanso como tempo livre.

“Nenhum direito é tão urgente, hoje, quanto o direito ao tempo. Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias e que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos”, disse.

Em conversa com jornalistas, em dezembro, o presidente já havia declarado que o país estava pronto para encurtar a jornada de trabalho. Além de Lula, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), também afirmou que o tema “com certeza” será discutido em 2026.

Já o tema da segurança é uma das principais preocupações dos brasileiros, segundo o último Datafolha. A pauta promete ser central para as eleições de 2026 e se tornou alvo de embates políticos após a operação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro, em outubro deste ano, sendo a mais letal da história.

Lula destacou a operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que mirou as relações entre o PCC (Primeiro Comando da Capital), postos de combustível e empresas da Faria Lima. A ação mirou cerca de 300 alvos e gerou ainda desdobramentos, em conjunto com órgãos estaduais e a Receita Federal.

“Neste ano, a Polícia Federal comandou a maior operação já feita contra o crime organizado. O combate às facções criminosas chegou pela primeira vez ao andar de cima, e nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, disse.

Sobre violência, Lula comentou também sobre os casos de feminicídio, que neste ano geraram protestos de mulheres em todo o país cobrando combate à violência contra a mulher. Na cidade de São Paulo, houve recorde de casos de feminicídio em 2025, com 53 ocorrências.

No pronunciamento, o presidente afirmou que vai liderar um esforço envolvendo ministérios e outras instituições para combater a violência de gênero. “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”, disse.

Ao longo de seu mandato, o presidente acumula deslizes e falas que foram criticadas por serem consideradas machistas. Em uma delas, ao condenar violência doméstica, falou em tom de piada que “se o cara for corintiano, tudo bem”.

Lula também passou por temas que marcaram o país ao longo de 2025, como o tarifaço de Donald Trump. Em agosto, passou a vigorar uma sobretaxa de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA. Ao justificar a elevação das tarifas, o presidente americano criticou as decisões do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por trama golpista.

Nos últimos meses, houve uma aproximação entre Trump e Lula depois de o republicano ter dito que havia tido “química” com o presidente brasileiro. Em novembro, o americano retirou tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas vendidos pelo Brasil, como café e carne.

“Mostramos ao Brasil e ao mundo que somos do diálogo, da fraternidade e não fugimos da luta. Apostamos na diplomacia, protegemos nossas empresas, evitamos demissões”, disse. “Nossa soberania e nossa democracia saíram vencedoras.”

Com as negociações, o percentual de produtos sobretaxados caiu de 60% do total de exportações para os atuais 22%, segundo cálculo do governo brasileiro.

Ao falar do Brasil no cenário mundial, Lula exaltou a COP 30 realizada em Belém como tendo sido um sucesso. Ignorou com isso, porém, que o plano impulsionado por ele para reduzir o uso de combustíveis fósseis, por exemplo, ficou de fora do acordo da conferência sobre o clima.

No pronunciamento, Lula falou ainda da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 mensais.
“Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, com o fim do IR, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses”, declarou.
O projeto prevê também um desconto progressivo no IR para quem recebe entre R$ 5.000 e R$ 7.350 por mês, que será reduzido para contribuintes nesta última faixa. Para compensar a perda de receita com a isenção, a proposta cria um imposto mínimo de 10% sobre os super-ricos, grupo de 140 mil contribuintes com ganhos acima de R$ 600 mil por ano —ou R$ 50 mil por mês.

 

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