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Medeiros chama de injusta cassação de Eduardo Bolsonaro e critica atuação do Congresso e do STF



O deputado federal José Medeiros (PL-MT) saiu em defesa do ex-colega de Câmara Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que teve o mandato cassado por excesso de faltas. Em declarações à imprensa, Medeiros classificou a perda do mandato como injusta e afirmou que o parlamentar prestou serviços relevantes ao país durante o período em que está fora do Brasil.

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“Não, não é justo, não. O que aconteceu com o Eduardo não é justo”, afirmou o deputado. Medeiros destacou que a regra aplicada pela Câmara é automática, mas argumentou que o contexto político deveria ser considerado. “A Câmara o que diz é o seguinte: faltou tantas faltas, você automaticamente perde o mandato. Não é nem que a Câmara tirou. Agora, o que aconteceu com o Eduardo não é justo”, disse.

Segundo Medeiros, a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos teria influenciado debates em curso no Congresso Nacional. “O Eduardo fez pelo Brasil o que o Senado todo não fez. Se nós estamos discutindo hoje uma possível anistia ou até mesmo uma readequação de penas, foi pelo que o Eduardo fez lá nos Estados Unidos”, declarou.

O parlamentar também afirmou que a cassação está inserida em um ambiente de perseguição política. “O que aconteceu no Brasil, nós temos as pessoas que mais votação tiveram, todas sem mandato, por quê? Por causa de uma perseguição política. Isso é um absurdo”, afirmou. Medeiros disse ainda que vê um processo gradual de restrições institucionais. “As coisas estão arrochando e daqui a pouco nós vamos estar numa ditadura total. Chegou aos pouquinhos”, completou.

Durante as declarações, Medeiros fez críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), à cobertura da grande imprensa e ao que classificou como inércia do Congresso Nacional. Ele informou que pretende apresentar um novo pedido de impeachment de ministro do STF. “Eu estou entrando com um novo pedido de impeachment, já é o décimo. Mas sei que provavelmente não vai pra frente”, afirmou.

A cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro foi decidida no dia 18 pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que também declarou a perda do mandato do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), em cumprimento a decisão do STF. As decisões foram assinadas pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outros quatro integrantes da Mesa.

No caso de Eduardo Bolsonaro, a perda do mandato foi declarada com base em dispositivo constitucional que proíbe deputados e senadores de faltar a mais de um terço das sessões deliberativas do ano. A medida não o torna inelegível, o que só poderá ocorrer em caso de eventual condenação pelo STF. Eduardo é réu em processo na Corte sob acusação de tentar coagir autoridades em relação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Eleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro reside nos Estados Unidos desde o início deste ano e afirma que deixou o país para evitar o que chama de perseguição política e jurídica. Ao longo de 2025, a Câmara contabilizou 78 sessões deliberativas, das quais o parlamentar faltou a 63, o equivalente a cerca de 81% do total. A análise das ausências foi antecipada pela presidência da Casa, já que, em regra, esse tipo de verificação ocorre apenas no ano seguinte.



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