O pastor Silas Malafaia reagiu com ataques ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, após ser denunciado por injúria, calúnia e difamação contra o comandante do Exército, general Tomás Miguel Miné Paiva, em discurso durante manifestação na Avenida Paulista, em abril.
O religioso negou ter citado o nome do general em suas declarações durante o ato a favor da anistia dos presos pelos atos de 8 de Janeiro e criticou o fato de a denúncia ter sido encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu disse que os generais de quatro estrelas, o alto comando do Exército, eram uma cambada de frouxos, covardes e omissos porque ficaram quietos diante da prisão injusta e vergonhosa do general Braga Netto em dezembro do ano passado. Na manifestação, eu não cito o nome do general Tomás Paiva. Como é que ele me denuncia como se eu citasse o nome dele? Aqui está a primeira aberração”, reclamou Malafaia.
“Por que o procurador Paulo Gonet me mandou para o Alexandre de Moraes? Eu não tenho prerrogativa de função, eu não tenho foro no Supremo. Ele tinha que mandar para a primeira instância. Sabe qual é o argumento dele? É que Alexandre de Moraes preside o inquérito das fake news e das milícias digitais. O que tem a ver a manifestação da minha opinião em uma manifestação pública com fake news? Absolutamente nada. Essa é uma maneira covarde de produzir puríssima perseguição política”, afirmou o pastor.
“Paulo Gonet, você virou capacho subserviente a Alexandre de Moraes. Você envergonha essa instituição honrada, séria, que merece aplauso, que é o Ministério Público Federal. Isso é um absurdo”, atacou Malafaia.
Recesso do Judiciário
Silas Malafaia criticou ainda o prazo dado por Moraes para apresentação de sua defesa, em meio ao recesso do Poder Judiciário, que se estende até o dia 20 de janeiro.
“No dia 18, sexta-feira passada, Paulo Gonet me denuncia. No dia 20, domingo, olha a velocidade: Alexandre Moraes me intima, dando prazo de 15 dias para eu responder a essa denúncia. Só tem um detalhe: de 20 de dezembro a 20 de janeiro é o recesso do Judiciário”, disse.
“Segundo o regimento interno do STF, o recesso é restrito a medidas de urgência. O STF não delibera matérias ordinárias no recesso. Isso também está previsto em resolução do Conselho Nacional de Justiça. Como o cara, no recesso, manda me intimar numa velocidade que não acontece nunca? Isso é uma vergonha”, afirmou.
Moraes é vice-presidente do STF e mesmo no recesso segue em plantão em uma espécie de revezamento com o presidente da Corte, Edson Fachin.








