Designada pela Polícia Federal (PF) para atuar na coleta dos depoimentos da investigação sobre o Banco Master, a delegada Janaina Palazzo se desentendeu com o juiz Carlos Vieira Adamek, auxiliar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Janaina disse não ter sido informada sobre a realização de depoimentos individuais e que foi orientada pela direção da PF a fazer apenas uma acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino.
O juiz auxiliar, no entanto, afirmou que a determinação era que primeiro fossem colhidos os depoimentos. Para superar o desentendimento, Adamek ligou para Toffoli, que insistiu na realização das conversas individuais. Janaina pediu, então, que a decisão do ministro fosse registrada em ata.
A realização dos depoimentos individuais foi comunicada pelo STF na última segunda-feira (30/12). A PF, no entanto, não teria sido formalmente informada da mudança, já que antes havia apenas a decisão que determinava a realização da acareação.
Outro ponto de conflito teria sido a apresentação de perguntas elaboradas pelo ministro Dias Toffoli que deveriam ser lidas pela delegada durante a coleta de depoimentos.
Sete horas de depoimentos e acareação
As oitivas duraram quase sete horas. Vorcaro foi o primeiro a ser ouvido. Ele falou por quase três horas enquanto Paulo Henrique Costa e Ailton Aquino esperavam.
Por volta das 17h30, começou o depoimento do ex-presidente do BRB, que acabou cerca de duas horas depois. O diretor do BC foi ouvido até por volta das 21h.
Com o fim dos depoimentos individuais, o diretor do BC foi dispensado e o dono do Master e o ex-presidente do BRB foram submetidos a acareação. Os dois foram ouvidos juntos após serem identificadas contradições nos depoimentos individuais.





