Desfecho de escalada de 20 anos
O ataque israelense realizado na sexta-feira (13) contra o Irã marca o desfecho de ameaças que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vem fazendo há quase duas décadas — mesmo que isso signifique irritar os Estados Unidos, principal aliado de Israel. A tensão, no entanto, pode ser mais encenada do que real.
As investidas ocorrem justamente quando estava prevista, para o domingo seguinte, uma reunião entre representantes dos EUA e do Irã em Omã, na tentativa de avançar num acordo sobre o programa nuclear iraniano.
“Estamos bem próximos de um bom acordo”, declarou na quinta-feira o presidente Donald Trump, acrescentando sobre os israelenses: “Não quero que eles interfiram, porque isso arruinaria tudo”.
Netanyahu, crítico declarado dessas negociações, ignorou os alertas. Ainda assim, o especialista Menahem Merhavy, da Universidade Hebraica de Jerusalém, questiona: “Duvido que Israel tivesse agido se os Estados Unidos tivessem dito um não claro”.
“Vocês negociam, e nós atacamos”
Ele levanta a hipótese de um entendimento tácito entre Washington e Tel Aviv: “Talvez tenha havido um acordo do tipo: vocês negociam, e nós atacamos”.