Início GERAL Senado aprova aumento do número de deputados de 513 para 531

Senado aprova aumento do número de deputados de 513 para 531


Agência Brasil

Davi Alcolumbre, presidente do Senado, facilitou a aprovação do projeto, já aprovado pela Câmara

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (25) o projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta foi aprovada por 41 votos a 33, exatamente o mínimo necessário.

Minutos antes da votação, senadores ainda contavam votos, afirmavam que a Casa estava dividida e consideravam imprevisível o resultado do placar.

A dificuldade de aprovação ficou nítida a partir da aprovação do requerimento de urgência (que permitia a votação do conteúdo nesta quarta) por 43 votos a 30.

Leia também:

Câmara derruba decretos do IOF, e Governo avalia ir ao STF

O aumento no número de deputados é aprovado no mesmo dia em que o Congresso manda um recado ao governo Lula (PT) e cancela os decretos que aumentavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

A medida foi aprovada pela Câmara com folga, por 383 votos a 98, e deve ser votada nesta quarta pelo Senado.

A Câmara dos Deputados calcula em quase R$ 65 milhões por ano o aumento de custos com a criação das 18 vagas, incluindo salários, benefícios e estrutura para novos parlamentares.

A medida também deve produzir um efeito cascata nos estados, já que a Constituição vincula o número de deputados estaduais ao de federais.

No caso das emendas parlamentares, a Câmara terá dois caminhos, segundo especialistas: redividir o valor entre os deputados ou elevar o teto estabelecido na Constituição para essas verbas.

Em uma tentativa de reduzir o desgaste político, o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), incorporou um artigo que “proíbe qualquer aumento de despesa” por conta da criação das 18 novas cadeiras. Com a mudança, a Câmara vai precisar votar de novo o projeto.

Após o termômetro dado com a aprovação da urgência, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que votaria a favor, deixou a cadeira da presidência e percorreu o plenário pedindo voto aos colegas.

Alcolumbre havia prometido ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se esforçar para aprovar a medida.

A líderes o senador afirmou que o assunto dizia respeito à Câmara e, por isso, deveria ser decidido por eles —cabendo ao Senado apenas referendar o que tinha sido feito.

O projeto foi considerado impopular no Senado e recebeu críticas até mesmo de parlamentares de unidades da federação que podem perder deputados. Pesquisa Datafolha mostra que 76% dos brasileiros são contra o aumento; apenas 20% são a favor.

O projeto foi articulado pela Câmara em reação a uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para que o número de deputados, que varia de estado para estado, fosse proporcional ao número de habitantes aferido pelo Censo de 2022.

Em vez de redistribuir as 513 cadeiras entre os estados e o Distrito Federal, o que levaria parte deles a perder representantes, a Câmara decidiu criar mais 18, contemplando aqueles que tiveram aumento populacional segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com a mudança aprovada pelos senadores, devem ganhar novos deputados os estados de Pará e Santa Catarina (4 cada um), Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte (2 cada), Goiás, Ceará, Paraná e Minas Gerais (1 cada).

A redistribuição de vagas foi exigida pelo STF a partir de um pedido do Pará para evitar que estados cuja população cresceu nos últimos anos ficassem sub-representados. Se o Congresso não aprovar a readequação até 30 de junho, o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fará isso.

Inicialmente, a proposta fazia com que alguns estados perdessem cadeiras no plenário para que outros ganhassem, o que gerou controvérsia entre as bancadas.

Era o caso da própria Paraíba, do presidente da Câmara, que ficaria com 2 deputados a menos.

Também seriam reduzidas as bancadas de Rio de Janeiro (4), Bahia (2), Piauí (2), Rio Grande do Sul (2), Alagoas (1) e Pernambuco (1).

A Constituição Federal determina que a representação na Câmara dos Deputados deve ser proporcional à população de cada unidade da federação, mas limita o número a, no mínimo, 8 e, no máximo, 70.

O projeto foi aprovado no mês passado pelos deputados federais por 270 votos a 207. Somente os partidos PSOL, Cidadania, Novo e Rede orientaram voto contra.





FONTE

Google search engine