O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nessa quarta-feira (2/7) que uma convivência harmônica entre os Poderes não significa que haja concordância a respeito de todas as ações de cada um deles.
“Nós temos procurado, com essa independência, uma convivência harmônica, porque quem ganha é o país. Na harmonia, não se obriga que um Poder concorde com tudo o que o outro faça”, disse o deputado ao participar de uma entrevista ao vivo no videocast da Esfera Brasil.
Nas últimas semanas, o Executivo e o Legislativo protagonizaram uma crise por causa do Imposto sobre Operações de Crédito (IOF). O governo federal editou um decreto no dia 11 de junho, no qual ficou estabelecida a cobrança sobre operações antes isentas e, também, o aumento na alíquota de determinadas transações já tributadas.
O Congresso Federal, no entanto, após várias reuniões de negociação, acabou por derrubar o decreto assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em retaliação à medida, o governo federal decidiu judicializar a questão e acionou o Supremo Tribunal Federal (STF).
“Natural da democracia”, diz Motta
Na entrevista, Motta ainda fez questão de ressaltar que o ato de discordar é nativo da democracia. “Há divergência, há discussão, há discordância e isso é natural da democracia. Até porque temos um regime que permite a todos expressarem ali o seu desejo, a sua opinião acerca desses assuntos”, pontuou.
O presidente da Câmara afirmou, ainda, que mantém um diálogo para que o país avance. “E assim também é com os Poderes, e nessa construção nós temos procurado com bastante diálogo, com bastante capacidade de encontrar convergência, e poder ter uma agenda produtiva, uma agenda producente para o nosso país”, prosseguiu.