O juiz Luís Augusto Veras Gadelha, da 5ª Vara Criminal de Várzea Grande, decretou a prisão preventiva de Ricardo Batista Ambrozio, de 44 anos, apontado o número 2 na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Mato Grosso. Segundo a decisão, a medida se justifica pela periculosidade do indiciado, reincidência criminosa e risco à ordem pública, além da necessidade de assegurar a instrução do inquérito e a aplicação da lei penal. Decisão foi proferida na última sexta-feira (4) em audiência de custódia de Ricardo.
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Ambrozio, conhecido pelos apelidos “Perfume”, “Kayak” ou “Kaíque”, foi preso na noite de quinta-feira (3) em um supermercado de Várzea Grande, durante operação conduzida pela Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá. Ele era considerado foragido desde 2013 e tinha mandado de prisão em aberto por uma condenação de 16 anos por associação criminosa e associação para o tráfico de drogas, expedido pela Justiça de São Bernardo do Campo (SP).
De acordo com a decisão, há provas da materialidade dos crimes e indícios suficientes de autoria, sendo insuficiente a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. O magistrado ressaltou que, mesmo já condenado, Ambrozio havia se evadido do distrito da culpa e voltou a cometer crimes, demonstrando “ineficácia da aplicação de outras medidas cautelares para refrear o seu ímpeto criminoso”.
Durante o cumprimento do mandado, a polícia encontrou documentos falsos, uma pistola com numeração raspada, diversos aparelhos celulares e três veículos de alto valor. A companheira do suspeito também foi autuada por uso de identidade falsa e se apresentava como pastora de uma igreja evangélica. A residência do casal, localizada no bairro Costa Verde, em Várzea Grande, chamava atenção pelo padrão de luxo, apesar da fachada simples.
Ambrozio é citado em investigações que envolvem Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e, segundo o GAECO de São Paulo, exercia a função de “sintonia final da rua” — uma das mais altas posições hierárquicas fora do sistema prisional — com atuação direta na logística e finanças do PCC em Mato Grosso e em rotas internacionais de tráfico.
O inquérito policial deverá ser concluído em até dez dias. Após esse prazo, a prisão preventiva poderá ser reavaliada com o eventual oferecimento de denúncia pelo Ministério Público.





