Nos EUA, diante da falta de produção suficiente para atender ao mercado e por conta de uma antecipação de compras para evitar as tarifas, foi registrado um salto significativo nas vendas brasileiras nos últimos meses.
Um estudo realizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA constatou que a carne passou a ser o 7º maior produto vendido ao mercado americano, com US$ 791,2 milhões no primeiro semestre de 2025 e um aumento de 142% em relação ao mesmo período de 2024. “A tendência de aumento nas vendas de carne bovina foi observado no final de 2024 pela maior demanda nos EUA, aliado a uma menor oferta naquele país”, disse. O incremento colocou os EUA como o segundo maior importador de carne bovina do Brasil.
A crise do hambúrguer tem dividido os americanos. A Associação de Restaurantes do Texas, por exemplo, criticou a política de Trump de elevação de taxas. “O aumento das tarifas elevará os custos dos alimentos e pressionará ainda mais os restaurantes e os consumidores. Essa volatilidade ameaça as empresas, os empregos e as experiências gastronômicas das quais os texanos dependem e apreciam”, disse.
A presidente da National Restaurant Association, Michelle Korsmo, também se mostrou preocupado. “A aplicação de novas tarifas nessa escala criará mudanças e perturbações que os operadores de restaurantes terão de enfrentar para manter seus restaurantes abertos”, disse.
“As maiores preocupações das operadoras de restaurantes – de restaurantes comunitários a marcas nacionais – são que as tarifas aumentarão os custos de alimentos e embalagens e aumentarão a incerteza quanto ao gerenciamento da disponibilidade, ao mesmo tempo em que aumentarão os preços para os consumidores”, completou.
Mas há quem esteja comemorando. Para a National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), que representa os produtores de carne dos EUA, a tarifa contra o Brasil é “um bom começo”.