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Eduardo radicaliza, orienta ataques e irrita agro e Centrão


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Em 2024, Eduardo Bolsonaro veio a MT para fazer a defesa do pai e unir extremistas

A atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos tem criado atritos com aliados no Brasil.

Ele desautorizou senadores que foram ministros de seu pai a negociar o tarifaço e ainda voltou sua artilharia ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).

Afastado da Câmara desde o começo do ano, Eduardo se radicalizou.

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O deputado se considera uma espécie de substituto do Itamaraty e a única pessoa autorizada a tratar da sobretaxa anunciada por Donald Trump, a entrar em vigor em 1º de agosto.

Nem mesmo aliados de primeiro escalão que participaram do governo Jair Bolsonaro (PL) podem falar com os americanos.

Eduardo criticou a missão de oito senadores que viajam a partir de hoje aos Estados Unidos para se reunir com congressistas e entidades do setor produtivo.

O grupo inclui dois ex-ministros de Bolsonaro: Tereza Cristina (Agricultura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

Eduardo classificou como “gesto de desrespeito” a Trump a viagem da comitiva de senadores da Comissão de Relações Exteriores.

O deputado também não esconde mais sua rixa com Nikolas Ferreira.

Ele reclamou de falta de solidariedade no episódio da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro e criticou a ausência de um posicionamento enfático sobre o tarifaço.

AGRO E CENTRÃO IRRITADOS – A atitude de Eduardo desidratou sua credibilidade entre políticos.

O líder de um dos partidos do Centrão encerrou uma conversa com jornalistas ao ser questionado sobre a atuação do deputado nos Estados Unidos.

Ele fez cara de desgosto e disse: “Vamos falar de gente séria”.

O presidente de um partido do bloco falou que Eduardo parou de ser levado em consideração.

Ele acrescentou que o projeto de concorrer à Presidência da República no ano que vem naufragou devido à pressão por sanções do deputado que resultaram no tarifaço de Trump.

Eduardo é visto como “candidato à cadeia, e não ao Planalto”.

Vários parlamentares afirmam que haveria ordem de prisão em caso de retorno ao Brasil.

Contudo, o isolamento não é completo — Eduardo não foi abandonado pelo grupo que se chama de “bolsonaristas raiz”.

São cerca de 25 deputados, e há parlamentares de outros partidos além do PL.

Eles são conhecidos por pautas radicais e um enfrentamento recorrente ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O agronegócio também está irritado com Eduardo.

Deputados da bancada ruralista afirmaram ao UOL que ele está só atrapalhando. N

a visão deles, negócios e empregos estão ameaçados por causa do lobby feito pelo deputado nos EUA para salvar Bolsonaro da prisão.

Até no PL há críticas.

Muitos parlamentares reclamam que, por culpa de Eduardo, o partido ficou exposto à acusação de trabalhar contra o Brasil em troca da suspensão do processo no STF que deve condenar o ex-presidente à cadeia.

PARCEIRO “BOCA ALUGADA” – Eduardo conta com um aliado para criticar desafetos.

O jornalista Paulo Figueiredo é visto como “boca alugada” do deputado e autor de ataques por procuração.

Figueiredo usa adjetivos mais pesados que os de Eduardo.

Ele chamou os senadores Tereza Cristina e Marcos Pontes de “traidores” em um vídeo.

Ao final, disse que o filho do ex-presidente deveria divulgar uma nota pública contra a dupla.

O deputado repostou o vídeo e fez a nota pública sugerida.

O texto não chamava os ex-ministros de seu pai de traidores, mas desautorizava a negociarem as tarifas e servia como endosso aos ataques de Figueiredo.

A situação exemplifica a dobradinha.

O mesmo roteiro ocorre em relação a Nikolas. Quando saiu o tarifaço, Figueiredo escreveu: “Alguém avisa o Nikolas sobre as ações? Acho que ele não está sabendo”.

As alfinetadas de Eduardo em Nikolas são antigas.

O filho de Bolsonaro se mostrou ressentido porque o deputado mineiro foi o campeão de votos da última eleição – em São Paulo, Eduardo ficou atrás de Carla Zambelli (PL) e de seu rival Guilherme Boulos (PSol).

O início da divergência seria a falta de gratidão de Nikolas.

Entretanto, Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Silas Malafaia são todos próximos ao parlamentar.

O UOL apurou que Nikolas não dará resposta.

O deputado prefere se manter calado para não alimentar as polêmicas.

Tudo isto é a atuação de Eduardo nesta semana.

Na anterior, quando Donald Trumpo anunciou o tarifaço, ele fez severas críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).





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