Para isso, Congresso e governo correm contra o tempo. Em abril, o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) anunciou que o Brasil terá ainda este ano uma política nacional de minerais críticos. “Minas e Energia está num esforço de enviar à Casa Civil um decreto para estimular a atração de investimentos e acelerar o licenciamento ambiental”, confirma o Ibram. Já o relator do projeto 2780/24, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), prometeu apresentar seu relatório em agosto.

Este mês, a Câmara organizou um seminário sobre o assunto. “O mundo não está apenas de olho nos minerais críticos. Está de olho no Brasil. Temos um momento raro em que geopolítica, sustentabilidade e competitividade convergem. O desafio é transformar potencial geológico em desenvolvimento”, afirmou na ocasião Ana Paula Bittencourt, secretária de Geologia e Transformação Mineral.
As disputas por esses recursos estão escancaradas. “A extração e o refino de minerais estratégicos são o novo petróleo”, afirmou Gustavo Masili, coordenador do Departamento de Tecnologia e Transformação Mineral da pasta. “A exploração precisa ser feita agora.”
De fato o Brasil possui vantagens únicas: Tem matriz elétrica 85% renovável, grandes reservas minerais, boas relações internacionais, além da segunda maior reserva do mundo de terras raras, com 22 milhões de toneladas. A líder China tem o dobro.
Empresas estrangeiras chegam ao Brasil
Em meio ao conflito tarifário, os EUA demonstraram interesse nos minerais críticos brasileiros. Esta semana, o encarregado de negócios da Embaixada americana, Gabriel Escobar, afirmou que o governo de Donald Trump tem interesse no material brasileiro, provocando reação de Lula. “Temos todos os minerais ricos que vocês querem”, afirmou em Minas. “[Mas] Aqui ninguém põe a mão.”