Abipeças e Sindipeças falam em “favorecimento injustificado”
O setor de autopeças também entrou em campo. Abipeças e Sindipeças, em ofício enviado a Lula e Alckmin, se dizem “absolutamente contrários” à concessão do benefício, e alertam para o impacto direto sobre fornecedores locais. Segundo as entidades, a entrada massiva de kits estrangeiros pode desestimular a homologação de peças nacionais e levar à revisão de investimentos em curso.
Cláudio Sahad, presidente das duas entidades, afirma que o pedido da BYD “favorece competidores externos em clara desvantagem para a produção local”. Ele também defende a antecipação da elevação tarifária prevista no cronograma oficial, de modo a restabelecer a proteção da indústria nacional mais rapidamente.
Federações e sindicatos se mobilizam em todo o país
As federações de indústrias dos estados de São Paulo (Fiesp), Minas Gerais (Fiemg), Goiás (Fieg), Paraná (Fiep), Santa Catarina (FIESC), Rio de Janeiro (Firjan), Pernambuco (FIEPE) e Rio Grande do Sul (FIERGS) se manifestaram formalmente contra os pedidos da BYD à CAMEX.
Cada uma destacou as especificidades regionais afetadas pela possível mudança. A FIEPE, por exemplo, chama atenção para a fábrica da Stellantis em Goiana (PE), que responde por 44% dos empregos formais da cidade e já recebeu mais de R$ 8 bilhões em investimentos. Já a FIESC cita as operações da GM e da BMW em Santa Catarina, que, segundo a entidade, seriam diretamente prejudicadas por um incentivo sem exigência de nacionalização.