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China reforça apoio ao Brasil contra tarifas dos EUA e propõe ampliar cooperação bilateral – CartaCapital


O chanceler da China, Wang Yi, afirmou nesta quarta-feira 6 que o país está disposto a estreitar laços com o Brasil, fortalecendo a parceria estratégica bilateral e ampliando áreas de cooperação. A declaração ocorreu durante uma conversa telefônica com Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República.

Na ligação, Wang destacou que a China se opõe a qualquer tipo de interferência externa nos assuntos internos do Brasil e se colocou ao lado do governo brasileiro diante dos impasses comerciais gerados pelos Estados Unidos.

“A China apoia firmemente o Brasil na defesa da soberania e dignidade nacionais, se manifesta contra a interferência externa injustificada nos seus assuntos internos e o apoia firmemente na defesa de seus interesses nacionais, direito ao desenvolvimento e na resistência ao abuso discriminatório por meio de tarifas”, afirmou o ministro a Amorim, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

Ainda de acordo com a Xinhua, Amorim teria ressaltado o interesse do Brasil em aprofundar as relações comerciais e financeiras com Pequim, além de fortalecer o mecanismo do Brics e a cooperação entre países do Sul Global.

Durante a conversa, os diplomatas também discutiram a guerra na Ucrânia, segundo a agência chinesa. Nesse ponto, a China sugeriu intensificar o diálogo entre Pequim e Brasília para construir consenso no Sul Global em torno de um cessar-fogo. Wang propôs que os esforços se concentrem no Grupo de Amigos pela Paz, com a meta de contribuir para uma solução política duradoura para o conflito.

Essa não é a primeira vez que a China sai em defesa do Brasil diante da escalada tarifária promovida por Donald Trump. Em julho, quando Washington anunciou novas taxas sobre produtos brasileiros — as mais altas entre os países atingidos — Pequim já havia criticado a postura dos EUA. À época, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que “a igualdade de soberania e a não-intervenção em assuntos domésticos são princípios importantes da Carta da ONU e normas básicas nas relações internacionais”.

Tarifaço

A conversa entre Amorim e Wang ocorre no mesmo dia em que entram em vigor as novas tarifas dos EUA a produtos brasileiros. O País, agora, será afetado por uma taxa de 50%. Na prática, no entanto, há inúmeras exceções, como o suco de laranja, os metais preciosos e a pasta de celulose. Ao todo, 693 itens ficaram de fora do tarifaço e, segundo integrantes do governo brasileiro envolvidos nas negociações com os EUA, a expectativa é de que a lista de isenções aumente. Há, por exemplo, o otimismo sobre a carne e o café.



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