A Petrobras (PETR3;PETR4) divulga seus resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) nesta quinta-feira (7) após o fechamento do mercado, trazendo também expectativa pelo pagamento de dividendos. De acordo com projeção de analistas consultados pela LSEG, a estatal deve lucrar R$ 20,129 bilhões, registrar uma receita de R$ 116,5 bilhões e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 58,15 bilhões. A expectativa também é de um dividendo por ação de R$ 1,48.
A XP Investimentos espera um Ebitda estável de cerca de US$ 10,5 bilhões (-1% em relação ao trimestre anterior) e lucro líquido de US$ 4,8 bilhões (-20% em relação ao trimestre anterior; no 2T24, a companhia teve prejuízo de R$ 2,6 bilhões).
Regis Cardoso e João Rodrigues, analistas da XP que assinam o relatório, destacam que o petróleo brent esteve mais baixo durante o período, mas os crack spreads e produção mais altos mostram compensação.

No 2T25, o Brent atingiu uma média de US$ 67/barril, uma queda de 12% em relação a US$76/barril no 1T25, após a implementação pelos EUA de tarifas de importação abrangentes em 2 de abril (“Liberation Day”). No entanto, os preços da gasolina e do diesel da Petrobras não responderam no mesmo ritmo à queda dos preços do petróleo, o que levou a maiores spreads de crack no mercado interno. Além disso, espera-se que a produção aumente de 2,2 milhões de barris por dia (MMbpd) para 2,3 MMbpd.
Cardoso e Rodrigues apontam que esses efeitos devem compensar amplamente a queda nos preços do Brent.
A Genial Investimentos também aponta que o trimestre traz o preço do brent como uma grande novidade em relação a principal variável da indústria.
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“Os resultados do 2T25 serão plenamente impactados pelo novo patamar de preço do petróleo após o evento que ficou conhecido como ‘Liberation Day’ – grande movimento protecionista por parte de Donald Trump, o que acabou por derrubar o preço do petróleo ao longo de toda a sua curva. Ao longo do 2T25 o preço médio do brent foi de US$66,9/barril versus US$75/barril no 1T25 e US$84,9/barril no 2T24. Sendo assim, estamos falando de uma queda no preço do brent de cerca de 21% anualmente. O câmbio médio ao longo do 2T25 ficou relativamente estável em relação ao 1T25, operando na casa de US$1=R$5,66 versus R$5,85 no 2T24”, avaliam os analistas. A casa de research espera um Ebitda de R$ 55 bilhões.
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Já o UBS BB projeta Ebitda de US$ 10,3 bilhões no segundo trimestre de 2025, queda de 2% na comparação com o trimestre anterior.
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O Bradesco BBI, por sua vez, projeta que o Ebitda caia para US$ 9,97 bilhões (-6%) devido à queda nos preços de combustível e petróleo, parcialmente compensada pela maior produção de petróleo; o Goldman também projeta um Ebitda de US$ 9,9 bilhões (3% abaixo do consenso Bloomberg).
Projeção para os dividendos
O mercado também fica de olho na divulgação dos dividendos da companhia neste trimestre.
A expectativa da XP é de que a petroleira terá Fluxo de caixa do acionista (FCFE) de cerca de US$ 2,6 bilhões, com dividendos em torno de US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 12 bilhões e 3,0% de yield, ou dividendo em relação ao preço da ação).
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O BBI espera pagamento de dividendos obrigatórios de US$ 1,9 bilhão (ou R$ 10,4 bilhões, considerando a cotação atual) no trimestre, enquanto o Goldman Sachs vê potencial anúncio de US$ 2,2 bilhões em dividendos ordinários (com base exclusivamente na política de remuneração de acionistas ordinários da Petrobras). A Genial aponta dividendos de R$ 0,85 por ativo (sem considerar dividendos extraordinários).
O Itaú BBA, por sua vez, aponta que a companhia reportou aumento anual de volumes na ordem de 5% e espera que a refinaria tenha mantido uma taxa média de utilização acima de 90%. “Com isso e uma expectativa de capex (investimento em capital fixo) controlado, esperamos que a companhia anuncie dividendos de US$ 1,9 bilhão (o que representa um yield de 2,5% no trimestre)”, avalia.