Os quatro maiores bancos do Brasil – BB (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) – já divulgaram seus balanços do segundo trimestre de 2025. Juntos, ele lucraram R$ 25,15 bilhões, o que representa uma queda de 9,25% em relação ao mesmo período do ano passado.
Dois deles entregaram lucros de dois dígitos e animaram o mercado; os outros dois frustraram expectativas e levantaram dúvidas sobre a força de seus proventos nos próximos meses. Em meio a um cenário de altos e baixos, a pergunta que fica é: após os balanços, qual tem o maior dividend yield 2025?
O dividend yield indica quanto uma ação rende apenas com o pagamento de dividendos. É expresso como um percentual que relaciona o valor total dos proventos distribuídos pela empresa com o preço de suas ações na bolsa.

Santander
O Santander foi o primeiro banco a divulgar o balanço, no final de julho. A companhia reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,659 bilhões, uma alta de 9,8% na comparação com igual período do ano passado, mas abaixo do consenso LSEG, que projetava um lucro de R$ 3,73 bilhões.
Para Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, a projeção indica proventos de R$ 0,46 por ação no segundo trimestre, com o dividend yield projetado estimado de 3,5% para os próximos seis meses. O DY para o ano todo, considerando janeiro e dezembro, deve fechar em 7%.
Mas alguns fatores podem afetar a distribuição de proventos, disse o especialista. São eles: “lucro menor ou não atingir metas, manter o payout atual sem aumento, limitando o dividend yield. pressões macroeconômicas como a alta do selic, desaceleração econômica e incertezas regulatórias”.
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Bradesco
Segundo na lista de divulgação, também no final de julho, o Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões entre maio e junho, 28,6% maior que o do mesmo período do ano anterior, e 3,5% superior ao do primeiro trimestre. O mercado achou o resultado “ótimo”.
O Bradesco projeta uma distribuição de R$ 12 bilhões a R$ 13 bilhões até o final de 2025. “As principais estimativas apontam que o banco finalize 2025 com um dividend yield entre 7% a 9%, o que já demonstra uma forte distribuição de dividendos”, disse Arthur Barbosa, analista da Aware Investments. Metade do DY já foi pago no primeiro semestre e a outra parte – 4% a 5% ao ano – vai ser depositada no segundo, destacou Lage.
Barbosa disse que, para o investidor interessado em investir no banco, vale acompanhar o lucro líquido e a rentabilidade, já que tais pontos estão diretamente ligados às estratégias voltadas à reestruturação da instituição, possíveis ganhos operacionais, crescimento da carteira de crédito e nível de inadimplência. Além disso, é ideal acompanhar o cenário macroeconômico nacional e internacional, que também exerce influência na empresa.
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Itaú Unibanco
O Itaú Unibanco divulgou seus números no dia 5 de agosto. O bancão registrou lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,5 bilhões no 2T25, alta de de 14,3% ante o mesmo período de 2024 e acima das estimativas de analistas compiladas pela LSEG, que apontavam lucro de R$ 11,3 bilhões.
O Genial Investimentos disse que o resultado foi “sólido e consistente” e abriu “espaço para mais um ano de dividendos generosos, em linha com a política de payout elevada do banco com o excesso de capital”. O banco comunicou anunciou no início de agosto que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor de R$ 0,3634 por ação, a serem depositados no dia 29 deste mês.
O dividend yield estimado até o final do ano é 7,9%, segundo a Toro Investimentos. Cerca de 3% seriam no segundo semestre.
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Banco do Brasil
O Banco do Brasil apresentou seu resultado na noite de quinta-feira (14), com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no 2T25 – queda de 60% na comparação anual e abaixo da expectativa do consenso LSEG, de R$ 4,99 bilhões.
Segundo a XP Research, foi um desempenho “fraco”, puxado principalmente pela carteira do agronegócio, impactada por atrasos nos pagamentos, aumento de empréstimos reestruturados e efeitos da Resolução 4.966 sobre exposições vencidas de curto prazo.
A instituição reduziu a projeção de payout de 40%/45% para 30%, citando o resultado fraco, a necessidade de caixa, a gestão de risco e as metas de capital.
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“O total de dividendos do Banco do Brasil deve ficar entre R$ 2,9 e R$ 4,1 bilhões, o que daria entre R$ 1.03 e R$ 1.45 por ação, com dividend yield entre 4,7% e 6,6% (para o segundo semestre) O total do ano seria 7,2% a 9,1%”, explicou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
Veja resumo:
Banco | Dividend yield estimado para o 2º semestre de 2025 | Dividend yield projetado para 2025 |
Santander (SANB11) | 3,5% | 7% |
Bradesco (BBDC4) | 4% ou 5% | 7% a 9% |
Itaú Unibanco (ITUB4 | 3% | 7,9% |
Banco do Brasil (BBAS3) | 4,7% e 6,6% | 7,2% a 9,1% |