Início FINANÇAS Maior tensão Brasil-EUA? Por que Ibovespa cai 2% com pressão de bancos...

Maior tensão Brasil-EUA? Por que Ibovespa cai 2% com pressão de bancos nesta terça


O Índice Bovespa opera em forte queda nesta terça-feira, 19, comandada pelas ações de bancos.

Às 12h30 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 2,08%, a 134.426 pontos. No setor financeiro, as maiores quedas eram de Banco do Brasil ON (BBAS3; -4,13%), Santander (SANB11; 3,37%) e B3 ON (B3SA3; -3,34%). Itaú (ITUB4; -3,12%) e Bradesco (BBDC4; -3,49%) também caíam forte.

O recuo reflete a percepção de que o embate político entre Estados Unidos e Brasil pode ter ingressado em um novo e intrincado capítulo na segunda-feira, 18, com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino visando barrar as sanções adotadas pelo governo norte-americano a Alexandre de Moraes, também ministro da Corte.

Com os bancos pressionados entre a lei Magnitsky e o STF, analistas e investidores temem que a crise tome proporções maiores, com reflexos na economia.

“É difícil precificar as consequências se os bancos brasileiros forem cortados do sistema financeiro internacional. São bancos que operam internacionalmente e qualquer problema nessa linha seria muito ruim pro Brasil”, afirma Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital.

Na avaliação de Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, a complexidade da situação, a partir dos desdobramentos mais recentes do episódio, levam o mercado a adotar uma postura cautelosa, até que se compreenda melhor o alcance das últimas medidas.

Continua depois da publicidade

“Hoje o mercado promove uma correção nos preços das ações, levando em conta que ainda há gordura para queimar. O investidor opta por buscar proteção para tentar entender realmente até que ponto a disputa entre os dois países pode impactar o mercado. Como tudo é muito novo, é muito difícil estimar os desdobramentos. Na dúvida, o investidor está comprando dólar e vendendo bolsa”, afirma o analista.

Para a Reuters, o BB afirmou nesta terça-feira que está preparado para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais, após questionamento da Reuters sobre a aplicação da Lei Magnitsky, usada pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O BB ressaltou atuar “em plena conformidade” à legislação brasileira, e às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro.

Continua depois da publicidade

“O Banco sempre acompanha esses assuntos com atenção e conta com assessoramento jurídico especializado para garantir atuação alinhada às melhores práticas de governança, integridade e segurança financeira”, acrescentou.

Cabe destacar ainda que houve reunião pela manhã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e presidentes de bancos estatais e do Banco Central.

Ainda em destaque, Raízen (RAIZ4) voltava à ponta negativa, com tombo de quase 8%, após a Petrobras (PETR4) negar projeto ou estudo de investimento em etanol ou distribuição com a companhia.

Continua depois da publicidade

“O Ibovespa segue indefinido no curto prazo, com resistências em 138.500, 139.400 e 141.600 pontos. Do lado da baixa, o índice encontra suportes em 135.400, 134.400 e a região dos 131.500 pontos, na qual também se encontra a média móvel de 200 períodos, afirmaram analistas do Itaú BBA.

O Ibovespa “encontra certa dificuldade em superar resistências e seguir em direção à sua máxima histórica”, afirmaram no relatório Diário do Grafista, ressaltando que índices como Small caps e Consumo nem saíram da tendência de baixa ainda.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)



FONTE

Google search engine