Neste cenário, o investigado Eduardo Bolsonaro vem atuando no exterior com nítido propósito de inviabilizar, perante interlocutores estrangeiros, possíveis pré- candidatos à Presidência da República vinculados ao espectro político mais à direita do cenário nacional, de modo a induzir em erro autoridades governamentais, visando refutar a mensagem ‘de que os EUA não precisariam entrar nesta briga, pois com TF (leia-se Tarcísio de Freitas) ou vc (leia-se Jair Bolsonaro) Trump teria um alido (sic) na presidência do Brasil em 2027’.
Trecho do relatório final da PF que indiciou Eduardo e Jair Bolsonaro

Enciumado, Eduardo Bolsonaro xinga o pai após uma entrevista. O ex-presidente afirmou ao Poder360 que filho seria “imaturo”, aos 40 anos. Na sequência, Eduardo envia ao pai “VTNC SEU INGRATO DO CARALHO”, assim, com letras maiúsculas. Nos dias seguintes, o ex-presidente falou com a imprensa sinalizando apoio à atuação do filho no exterior.
Nesse contexto, restou evidenciado que Eduardo Bolsonaro atuou de forma a dirigir, bem como direcionar as narrativas de interesse aos investigados, determinando o conteúdo, a forma e o tom das postagens a serem realizadas por Jair Bolsonaro, inclusive com a inclusão de legendas em inglês para disseminação no exterior.
Constata-se portanto, que os investigados atuaram com consciência e vontade no intuito de convencer autoridades governamentais estrangeiras, induzindo-as em erro, para aplicar sanções contra o Estado Brasileiro e autoridades nacionais constituídas, de forma a satisfazer interesses pessoais ilícitos, qual seja, garantir a impunidade decorrente de uma eventual condenação criminal dos acusados de constituir e integrar uma organização criminosa voltada para a prática dos crimes de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Trechos do relatório final da PF que indiciou Eduardo e Jair Bolsonaro
