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Após euforia, mercado reduz otimismo com corte de juros do Fed; semana será decisiva






As falas de Jerome Powell em Jackson Hole incendiaram os mercados na última sexta-feira (22), mas o otimismo inicial sobre um corte de juros já em setembro pelo Federal Reserve esfriou no decorrer do pregão, enquanto operadores aguardam uma bateria de indicadores que podem confirmar ou “melar” as expectativas.

De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, a probabilidade de redução de 0,25 ponto percentual na reunião de 17 de setembro chegou a 92% logo após o discurso do chair do Fed. Ao final do dia, porém, caiu para 84,7%, enquanto 15,3% preveem manutenção. Ainda assim, o cenário de flexibilização monetária permanece majoritário, com investidores precificando dois cortes até o fim do ano.

“Powell confirmou que o balanço de riscos do Fed foi alterado com a divulgação do payroll, de forma que agora talvez precise mais de uma taxa de juros restritiva”, avalia Andressa Durão, economista do ASA. Para ela, o movimento mais provável é um corte de 25 pontos-base no próximo encontro, mas apenas se os próximos dados de emprego confirmarem a tendência de deterioração.

Na sexta, o Ibovespa saltou 2,57%, a 137.968 pontos, em linha com a melhora global. O dólar caiu 0,95%, a R$ 5,426. Em Wall Street, o S&P 500 avançou 1,52%, enquanto os Treasuries de dois anos recuaram 10 pontos-base, para 3,7%.

O rali no mercado de renda fixa refletiu a sinalização de Powell de que a pausa de oito meses no ciclo de cortes pode estar prestes a terminar. Ainda assim, os yields de longo prazo dos títulos do Tesouro dos EUA não romperam mínimas recentes, mostrando a hesitação dos investidores diante do risco inflacionário e das incertezas fiscais nos EUA.

Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Asset Management, entende que um corte de 25 pontos-base seria o ideal para não sinalizar ao mercado uma possível interferência política na decisão: “Os mercados podem receber bem um corte de 25 pb em setembro, mas qualquer coisa além disso poderia sair pela culatra”.

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O que vem pela frente

A semana que começa será marcada por uma enxurrada de indicadores capazes de mexer com a precificação de juros nos EUA. Entre os destaques estão o índice de confiança do consumidor, pedidos de bens duráveis, revisões do PIB do segundo trimestre e, sobretudo, a divulgação do PCE, medida preferida do Fed para monitorar a inflação.

A renda e gastos pessoais também trarão pistas importantes sobre a solidez do consumo americano. Além disso, diferentes dirigentes do banco central discursam ao longo da semana, enquanto o Tesouro realiza leilões de papéis de curto e médio prazo que vão testar a disposição dos investidores em continuar financiando a dívida pública em meio à expectativa de cortes.

Para Andressa, do ASA, esses dados serão cruciais para indicar se o Fed seguirá apenas com um corte “precaucional” em setembro ou se abrirá espaço para um ciclo mais consistente.

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“A fraqueza [do payroll] ainda não foi visualizada nos dados de taxa de desemprego e outros dados importantes do mercado de trabalho”, conta. “Para que a gente veja novos cortes ou cortes consecutivos, ou até cortes de maior magnitude, a gente precisa que a taxa de desemprego suba também.”



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