O Bradesco BBI ressaltou que, embora suas projeções de longo prazo para a Eletrobras (ELET3; ELET6) tenham se mantido praticamente inalteradas, a grande surpresa veio com o anúncio antecipado de dividendos de R$ 4 bilhões referentes ao 2T25, valor acima do esperado.
Assim, os analistas avaliam que, enquanto nada mudou, com as estimativas de longo prazo, tudo mudou, com dividendos mais altos ancorando o valuation.
O banco manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os papéis, com preço-alvo de R$ 67,00 para ELET6 e R$ 61,00 para ELET3, e ajustou seu modelo após resultados operacionais ligeiramente melhores do que o previsto.

Para o 2S25 (segundo semestre de 2025), a instituição projeta mais R$ 3 bilhões em dividendos, totalizando R$ 7 bilhões no ano fiscal de 2025, o que representaria um rendimento de 7%.
No horizonte mais longo, com base na nova política de dividendos da companhia, o BBI estima uma faixa de pagamentos anuais entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões até 2030, suficiente para manter a alavancagem (ND, ou dívida líquida/EBITDA, lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dentro da meta de 3,5x a 4,0x. Isso implicaria em um dividend yield (dividendo sobre preço da ação) atrativo de 8% a 10% ao ano.
O banco reforça que modela um preço de energia de longo prazo de R$ 180/MWh (megawatt/hora) até 2030, patamar considerado agressivo em relação ao mercado, mas ainda assim com assimetria positiva.
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Na visão do BBI, a combinação da base de ativos hidrelétricos da Eletrobras com a nova dinâmica de preços de energia no Brasil torna a companhia uma vencedora líquida entre as geradoras, apesar dos desafios operacionais no horizonte.