Vai fazer um ano no próximo dia 23 de junho que Alline Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi assassinada com três tiros em Cuiabá. Segundo a investigação, o mandante do crime foi o ex-marido da vítima, Aislan Guilherme da Silva, que contratou o Vinícius Vitor da Silva para realizar o assassinato. Ambos estão presos e aguardam julgamento. Para o parlamentar, o tempo arrastado da Justiça aprofunda a dor da perda. Ele deixa claro que não vê relação entre assassinatos de mulheres e machismo, pois argumenta que muitos homens também morrem, mas os casos não ganham tanta repercussão.
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“Semana passada uma mulher matou um homem a facadas aqui. Pouco se fala sobre isso. Também aconteceu isso em Rondonópolis, não tem muito tempo. Acho que foi ainda esse ano. Isso é feminismo? O cara matou por causa do machismo? Não se você olhar, também morrem muitos homens. Não é questão de ser minoria ou maioria, é uma coisa fora da regra. É uma coisa fora da curva. Nós temos que ver o porquê que isso acontece e no meu entendimento é uma questão familiar. Questão de respeito à família”, afirmou o parlamentar.
À espera do julgamento do assassino da filha, o deputado revelou o que sente nesse momento. “Um sentimento de falta de justiçamento mesmo, né? Nós temos aí uma ação muito rápida para desvendar o caso, mas aí fica empacado na Justiça, nunca sai, nunca é julgado. É sempre uma tortura para a família. Não estou falando só de mim”, afirmou Cattani.
Deputado de direita, conservador e crítico de pautas como o feminismo, Cattani evita enquadrar o caso sob rótulos jurídicos ou ideológicos. Para ele, o problema exige uma reação institucional.
“Eu vou citar, por exemplo, aquele caso de Sorriso, que parece que agora marcaram para agosto, se eu não me engano, né? Daquele caso de Sorriso, que perdeu a família inteira por causa de um monstro lá. E levou dois anos para ir a julgamento. É um absurdo. Eu não entendo por que é dessa maneira. A gente não consegue entender. Enquanto não for julgado, ele é inocente ainda, né? Porque só depois de julgado que realmente vai ser condenado a um crime que todo mundo sabe que o cara cometeu. Então, é complicado.”
Cattani defende o aumento das penas, mas afirma que a punição, sozinha, não resolve. Na avaliação dele, há uma falência na estrutura emocional e social que precisa ser enfrentada com políticas públicas voltadas à família.
“Algumas pessoas matam filhos, esposas, depois se matam. Essa pessoa não teme a lei, ele não teme nada. E por quê? O que levou esse camarada a chegar nessa situação? No meu entendimento, precisamos fortalecer muito a questão familiar, que hoje, infelizmente, está sendo banalizada. Precisamos voltar e fazer algumas políticas públicas para que a família seja valorizada.”
“É questão de respeito à família, questão das pessoas se amarem mais, se gostarem mais. Por exemplo, eu não consigo me ver sem a minha esposa. E minha esposa não consegue se ver sem mim. Nós nos amamos, estamos juntos há mais de 30 anos. Isso tem que ser preservado. Isso tem que ser mantido”, conclui.
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