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Família Bolsonaro é protagonista de brigas, ofensas e trocas de farpas: briga é peço poder
Brigas, ofensas e trocas de farpas marcam, desde o início do ano, o campo político de Jair Bolsonaro (PL), preso por 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.
No episódio mais recente, Michelle e os filhos do ex-presidente proferiram críticas públicas em razão de acordo com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará – o acerto acabou desfeito após a desavença.
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Os rachas ocorrem em momento de indefinição sobre quem será o candidato apoiado por Bolsonaro para concorrer à eleição presidencial de 2026.
Aliados avaliam que a fragmentação do grupo se agravou a partir do momento em que o ex-presidente passou a cumprir prisão domiciliar, em agosto.
Com Bolsonaro afastado do dia-a-dia das discussões políticas, seu grupo se dispersou e cada um atua como for melhor para si.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem sido o pivô de muitas das discussões no seu campo político.
Se outrora o papel do filho mais combativo nas redes sociais ficava com o vereador Carlos Bolsonaro (PL), agora está com o deputado federal, que chegou a se colocar como candidato à Presidência – mesmo que dos Estados Unidos e sem previsão de retorno.
Lembre alguns episódios recentes dos embates no campo bolsonarista.
MICHELLE VS. BOLSONAROS E PL DO CEARÁ – Em discurso no sábado (29), Michelle repreendeu os líderes bolsonaristas do Ceará, citando o deputado federal André Fernandes (PL) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL), por causa da aproximação do PL com Ciro Gomes.
Contrariado, Fernandes afirmou que o acordo com Ciro teve o aval de Bolsonaro.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, criticou a ex-primeira-dama pelas declarações e afirmou que ela agiu de maneira autoritária e constrangedora no ato político em Fortaleza.
Teve o apoio de seus irmãos Eduardo e Carlos, mas, nesta terça (2), disse ter pedido desculpas à madrasta.
BOLSONAROS VS. ANA CAMPAGNOLO (PL-SC) – Em novembro, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL), de Santa Catarina, entrou na mira dos filhos de Bolsonaro após criticar a retirada da pré-candidatura Carol de Toni (PL-SC), deputada federal mais votada no Estado, para uma das vagas no Senado para dar lugar a Carlos Bolsonaro.
Eduardo classificou as declarações dela como “totalmente inaceitáveis” na forma e no conteúdo.
A deputada, então, retrucou: “Você contrariou seu pai quando foi ventilada a hipótese dele lançar o Tarcísio à Presidência. E talvez ele lance. Como vai ser? Por que você pode manifestar sua contrariedade e os outros aliados não?”.
EDUARDO BOLSONARO VS. CIRO NOGUEIRA – Em outubro, Eduardo criticou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado e ex-ministro de Bolsonaro, após ele dizer que a atuação do deputado nos Estados Unidos trouxe um “prejuízo muito grande” para o grupo político.
O filho do ex-presidente retrucou nas redes sociais que o prejuízo seria apenas pessoal ao senador e que ele próprio estaria fazendo um sacrifício por seu país.
EDUARDO BOLSONARO VS. VALDEMAR – Em setembro, o alvo de Eduardo foi o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
O dirigente havia dito, em entrevista à Folha, que o deputado mataria o pai, caso lançasse por conta própria uma candidatura à Presidência.
“Dizer que um filho ajudaria matar o próprio pai, se ele não aceitar as chantagens que até seus aliados mais próximos estão fazendo com ele, é de uma canalhice que não esperava nem mesmo de você, Valdemar. Aguardo suas desculpas públicas e espero que você só tenha se atrapalhado, mais uma vez, com as palavras”, disse Eduardo ao jornal O Globo.
EDUARDO BOLSONARO VS. TARCÍSIO – Em julho, Eduardo Bolsonaro afirmou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu alvo frequente de críticas, errou ao tentar negociar uma saída para as tarifas de 50% com a Embaixada dos Estados Unidos.
“É um desrespeito comigo”, disse à Folha.
EDUARDO BOLSONARO VS. JAIR – Mensagens reveladas pela Polícia Federal mostram que, em julho, Eduardo xingou o pai devido a uma entrevista em que ele foi chamado de imaturo, devido a divergências do deputado com Tarcísio.
“VTNC SEU INGRATO DO CARALHO’!, escreveu o deputado em maiúsculas, usando a sigla que significa “vai tomar no c…”





