Um aluno, de 17 anos, foi retirado à força de uma sala de aula por policiais militares, após comparecer ao colégio mesmo estando suspenso. O caso ocorreu na Escola Estadual Murgy Hibraim Sarah, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.
O adolescente teria desobedecido as ordens legais dos PMs para sair do local, motivo pelo qual foi conduzido mediante “uso de força moderada e proporcional”, segundo a corporação.
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada pela direção da escola na quinta-feira (26/6), após o estudante recusar o pedido da professora para deixar a sala de aula. O jovem estava suspenso em razão de crimes de ameaças e confrontos contra outros alunos.
Veja o vídeo:
No vídeo, é possível ver os policiais exigindo a saída do jovem, e o estudante resistindo. “Vai na boa ou vai na força?”, questionou o policial. “Cê vai botar a mão em mim?”, perguntou o aluno. “Vou”, respondeu o PM. “Sou de menor. Não vou, não (sair da sala). Minha avó mandou eu vir”, explicou.
Em seguida, os policiais imobilizam o jovem e o conduzem até a porta da sala sob os olhares de outros alunos, que ainda presenciaram a indignação de uma outra estudante. A garora, de 15 anos, vestia um agasalho vermelho e tentou interferir na situação. Ela ainda xingou a professora de “vagabunda” após o jovem ser levado.
“Tira a mão dele, ele é de menor! Cê ta ficando louco? É culpa sua, manda ele parar. Manda ele parar agora”, reagiu a menina, pedindo intervenção no ato dos policiais. “Manda ele parar. Ele é de menor, sua vagabunda”, xingou a menina. “Manda ele parar. Manda logo!”, gritou.
O adolescente foi apreendido pelo crime de resistência e, a menina, que proferiu xingamentos contra a docente, foi apreendida pelo ato infracional análogo ao crime de ameaça. A Polícia Militar ainda acionou o Conselho Tutelar.
“Os adolescentes em conflito com a lei foram conduzidos à delegacia, acompanhados por responsáveis, e a ocorrência foi encaminhada à autoridade policial para os devidos procedimentos legais. O Conselho Tutelar foi devidamente acionado”, afirmou a PMMG, em nota.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) registrou um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC), e os adolescentes foram ouvidos na presença dos responsáveis. A corporação ainda esclareceu que os estudantes “foram liberados mediante termo de compromisso, e o caso encaminhado à Justiça”.
O Metrópoles tentou contato com a Escola Estadual Murgy Hibraim Sarah, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto a manifestações.
