Raul Bradock/Secom-Cuiabá
Trapalhadas de Abílio Brunini aumentam o poder de Mauro Mendes no setor da Saúde Pública em Cuiabá
Após insinuações tensas entre os chefes dos poderes Executivo de Mato Grosso e de Cuiabá, Mauro Mendes (União) e Abílio Brunini (PL), respectivamente, por causa da combalida Saúde pública da Capital do Estado, eis que praticamente uma nova intervenção, só que branca, acontece no setor, com a troca no comando da pasta, que passará a ser comandada pela servidora de carreira Danielle Carmona.
Ela vai substituir a médica pediatra Lúcia Helena Barbosa Sampaio como títular do cargo, a partir de 1º de setembro..
A troca de comando é novidade. Já Danielle Carmona, não.
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Em 2023, ela foi nomeada por Mauro Mendes interventora na Secretaria de Saúde de Cuiabá, durante a gestão de Emanuel Pinheiro (MDB). Muito mais por birra política do que por necessidade. O que, mais tarde, se transformaria em arrependimento, tanto que, mesmo havendo pressão do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o próprio governador correu de uma prorrogação.
Com a despedida de Lúcia Sampaio, praticamente fritada pelo próprio Abílio Brunini – que ofertou a (aida) titular da Saúde apenas apoio político e nenhum estrutural ou financeiro – e a chegada de Danielle Carmona, que se soma a atuação de Deisi de Cássia Bocalon Maia, titular da Saúde de Várzea Grande, o governador Mauro Mendes passa a comandar não apenas a pasta estadual, mas as das duas principais cidades de Mato Grosso.
A saída de Lúcia Sampaio não pegou ninguém de surpresa, já que a nevrálgica área da Saúde Pública da capital é capenga. Foi um dos principais motes de campanha do atual prefeito, que visitava, todas as noites, as unidades e fazia questão, todas as vezes, de postar vídeos, nas redes sociais, sobre a situação calamitosa que vivenciava e ainda vivancia o setor.
Só que, agora, mesmo visitando as unidades na madrugada, o prefeito não faz vídeo e post. Admite que é preciso melhorar mais, só que agora ele não se cansa de responder que “estamos fazendo o máximo possível”.
Uma frase singela para quem se encontra na condição de gestor e bem diferente das insinuações do então oposicionista que declarava que “a corrupção patrocinada por Emanuel Pinheiro e seu grupo político” esvaziou o estoque de medicamentos, impôs falta de médicos nas unidades de Saúde e não proporcionou aos profissionais boas condições de trabalho para prestar com eficiência serviços a população.
“Muitas vidas foram perdidas por esses desmandos”, disse o então deputado federal, em campanha e agra prefeito – pelo visto, com o mesmo quadro da Saúde Públic, seis meses após a posse. E se teve alguma melhora, isso ainda é imperceptível aos olhos e sentimentos das pessoas que necessitam do SUS.
Em um dos últimos embates por causa da Saúde, Abílio Brunini foi confrontado, principalmente, pelos vereadores Maysa Leão e Daniel Monteiro, ambos do Republicanos, que cobraram do prefeito o mesmo ímpeto de antes, para acompanhá-los em visita às unidades de Saúde. Afinal., ele havia declarado que funcionavam melhor e que o estrangulamento se dava nas segundas-feiras, por causa dos trabalhadores, na busca incansável de pacientes por atestados médicos.
Ele denunciou a existência de “uma verdadeira máfia” para supostamente justificar faltas ao trabalho. Hoje, se pode verificar a fragilidade da secretária Lúcia Sampaio, duramente criticada, durante praticamente todas as sessões do Legislativo Municipal.
Durante a semana que passou, o próprio Abílio Brunini, acusado de viver criando factóides (notícia forjada e não comprovada que se aceita como verdadeira em consequência de sua repetida divulgação pela imprensa, com o intuito de atrair a atenção da opinião pública), acenou que estava discutindo com o Ministério Público a possibilidade de devolver para o Governo do Estado a gestão do HMC (Hospital Municipal de Cuiabá) e o Hospital São Benedito, duas unidades criadas pelo ex-prefeito Mauro Mendes.
Questionado, o governado, que chegou a endurecer na resposta e cobrar responsabilidade do prefeito, optou por admitir que Saúde “é coisa séria e não deveria ser discutida via imprensa”.
Pelo visto, o cutucãdo governador, feito na sexta-feira (25), gerou resultado positivo. E ele se chama Danielle Carmona.
Ou seja, não foi apenas uma troca de titularidade e, sim uma demonstração, um aceno do governador de que, se o prefeito rezar na cartilha del,e vai encontrar o apoio necessário.
O que também ficou claro em 2023, durante a intervenção, quando o Estado fazia questão de negar qualquer tipo de ação ou apoio ao então prefeito Emanuel Pinheiro, o que se revertia em prejuízos à Cuiabá e à sua população.
Resta agora saber se as mudanças vão surtir efeitos necessários para atender as demandas da população, que busca uma Saúde de qualidade.