A Azul (AZUL4) detalhou nesta quarta-feira (28) seu plano de reestruturação como parte do processo de recuperação judicial protocolado nos Estados Unidos, com medidas que incluem a redução de frota, corte de dívida e melhora da alavancagem financeira.
Entre os principais pontos, a aérea destaca uma “otimização de frota significativa”, com corte superior a 35% na frota futura. O objetivo é “melhorar a resiliência e reduzir o risco geral, a exposição cambial e a alavancagem”, segundo apresentação a investidores, enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com a reestruturação, a Azul estima reduzir as obrigações com arrendamentos de aeronaves em US$ 744 milhões até 2029, com queda nas despesas anuais de leasing de US$ 842 milhões para US$ 646 milhões já em 2025. Os passivos totais com leasing devem recuar de US$ 3,361 bilhões para US$ 2,937 bilhões até fevereiro de 2026.

Além disso, a companhia projeta uma queda significativa na alavancagem, com a alavancagem financeira líquida sobre EBITDAR caindo de 5,1x antes do processo para 3,0x depois do Chapter 11, alcançando 2,2x em 2026 e 1,7x em 2024.
O plano também prevê uma melhora da liquidez, com US$ 671 milhões do financiamento DIP direcionados ao caixa e um total estimado de US$ 545 milhões disponíveis após a saída do Chapter 11, somando caixa e acesso a linha de crédito.
A estrutura de capital será reorganizada com equitização de dívidas e aportes de até US$ 300 milhões por parte da United Airlines e da American Airlines, além de US$ 650 milhões em financiamento de saída (exit financing).
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Segundo a Azul, o plano já foi acordado com credores e investidores, e deve permitir à empresa concluir a reestruturação até o início de 2026. As operações seguem normalmente durante o processo, incluindo voos, vendas de passagens e benefícios do programa de fidelidade.