Início NACIONAL Bateção de cabeças no governo mina o projeto de Lula 4

Bateção de cabeças no governo mina o projeto de Lula 4


Antes que os ministros Haddad e Tebet, em Brasília, pudessem anunciar e explicar as medidas, os dois levaram um “furo”, como se diz no jargão jornalístico, do colega dos Transportes, Renan Filho, que vazou as novidades durante um evento em São Paulo.

Pior: apenas 6 horas após o anúncio oficial, Haddad teve que fazer o primeiro recuo diante da repercussão negativa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que fez a Bolsa cair e o dólar subir. Falou-se mais disso do que do congelamento de R$ 30,1 bilhões nas despesas do governo, que seria uma notícia positiva.

Na mesma semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que já tinha sido derrotada pelo ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, na discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, levou mais uma rasteira no governo com o “liberou geral” dos licenciamentos e controles ambientais promovido pela bancada ruralista, sob o comando do “aliado” Davi Alcolumbre, o novo poderoso de Brasília.

Marina e Haddad acumulam derrotas nos embates dentro do ministério e foram perdendo prestígio em duas áreas vitais para a credibilidade e popularidade do governo. Até quando eles resistirão estoicamente, num cenário de puxadas de tapete e bolas nas costas, com Lula tendo que mediar a toda hora o corte de gastos com o aumento de despesas?

É um cenário bem diferente do que vimos nos governo Lula 1 e Lula 2, quando o presidente não teve que entrar em tantas bolas divididas e podia viajar sem sustos dentro e fora do Brasil, porque tinha na retaguarda José Dirceu, no começo, e, depois, Dilma Rousseff, que administravam as divergências internas e as relações com a base aliada. Eram equipes mais unidas e coesas que acompanhavam o presidente desde a primeira campanha presidencial, em 1989.

Agora, no Lula 3, com um ministério bem mais fraco e desunido do que os anteriores e um Congresso muito mais hostil e empoderado, o presidente já não mostra a mesma disposição e paciência para apagar incêndios e assumir a articulação política nas situações de crise, que se acumulam entre uma viagem e outra.





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