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BB Investimentos projeta Ibovespa a 186 mil pontos para 2026 e faz seleção de ações






O BB Investimentos destacou as suas perspectivas para 2026 projetando o Ibovespa em 186 mil pontos ao final de 2026, o que corresponde a uma alta de 17% em relação ao fechamento da quinta-feira (11).

Wesley Bernabé e Victor Penna, que assinam o relatório, apontam que o patamar é resultante das expectativas de lucros apuradas em uma análise bottom-up (em que o investidor observa as características e os fundamentos de uma empresa).

O retorno potencial, avaliam Bernabé e Penna, é consistente com um prêmio de risco de equity que mantém o mercado de ações atrativo frente às demais classes.

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No cenário base, os analistas assumem uma redução marginal no custo de capital das companhias em virtude da conjuntura econômica, notadamente em razão das perspectivas de corte de juros no Brasil. Enquanto isso, os riscos para 2026 não se dissiparam.

Para eles, o cenário global ainda carrega importantes desafios em relação ao crescimento, que segue em acomodação. Já, domesticamente, o cenário eleitoral deve trazer maior volatilidade aos mercados, com impactos na bolsa, câmbio e curva de juros.

“Nesse contexto, o intervalo entre os cenários alternativos medidos pela sensibilidade às taxas de desconto se amplia, de 159 mil a 205 mil pontos”, apontam.

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As empresas do Ibovespa negociam atualmente com um earnings yield (rendimento dos lucros) próximo de 8,8%, em linha com a média histórica, mas ainda em patamar atrativo, mesmo após o rali recente, impulsionado por resultados mais fortes nas últimas temporadas de balanço.

“Esse nível sugere que, apesar da valorização, a bolsa continua oferecendo oportunidades interessantes para quem busca exposição a ativos de risco”, avalia o BB-BI. Assim, por mais que o prêmio de risco em relação aos juros reais esteja a metade dos níveis observados em 2023, em função de os juros reais permanecem acima de 7%, ainda enxerga um patamar de prêmio interessante frente à renda fixa.

A precificação atual dos juros reflete uma assimetria relevante, associada principalmente à deterioração fiscal e à percepção de risco soberano. Caso haja espaço para redução desses prêmios — seja por melhora fiscal ou ajuste na curva de juros — eleva-se significativamente a atratividade dos ativos de risco, apontam os analistas. “Em um cenário assim, setores mais sensíveis à taxa de desconto, como os cíclicos, poderiam se beneficiar de forma mais pronunciada”, avalia o BB-BI.

Seleção de ações para 2026

O banco ainda destacou a sua seleção de ações para 2026: Alupar (ALUP11), Assaí (ASAI3), Cyrela (CYRE3), Frasle (FRAS3), Gerdau (GGBR4), Hypera (HYPE3), Isa Energia (ISAE4), Itaú (ITUB4), Rede D’Or (RDOR3), Nubank (BDR: ROXO34), Tenda (TEND3), Vale (VALE3) e Vibra Energia (VBBR3).

O BB-BI tem uma visão positiva para o setor financeiro, com um cenário ligeiramente mais construtivo para 2026, sustentado pela expectativa de queda da Selic, que pode despressurizar a inadimplência e o custo do crédito e tornar o ambiente mais favorável a novas linhas de negócios. “No entanto, o ano se inicia com ambiente ainda restritivo, o que pode desanimar os números iniciais, já que a desaceleração do crédito ainda persiste, bem como a seletividade e a elevada inadimplência”, avalia.

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Sobre Vale, as exportações brasileiras da commodity devem ser favorecidas, refletindo também a evolução operacional dos principais produtores, como a mineradora, o que traz suporte para embarques ainda elevados no próximo ano.

No setor de distribuição de combustíveis, a indicação do BB-BI é a Vibra, que vem apresentando boas margens e nos parece ser o melhor nome para acompanhar o bom momento do setor, que também registrou importante avanço nas ações contra ilegalidades em 2025. “Em linha com o cenário de superavit global de petróleo e os impactos negativos sobre os preços da commodity e geração de caixa das empresas, não temos indicações de petroleiras. Ainda assim, cabe mencionar que preferimos nomes mais resilientes para se posicionar no setor, como a Petrobras, que apresenta o menor custo de extração dentre as petroleiras independentes”, aponta.

Entre as elétricas, a escolha é por Alupar e Isa. A expectativa é de que o cenário de preços de energia favoreçam a receita futura das geradoras, porém eventual manutenção de hidrologia adversa e restrições de geração devem impactar custos com compra de energia.

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As transmissoras devem contar com poucas oportunidades de expansão via leilões com alta competitividade, mas a necessidade de reforços e melhorias dos ativos maduros favorecem os operadores mais tradicionais. As distribuidoras devem concluir a renovação das concessões, porém maiores exigências de qualidade operacional e financeira podem elevar custos e investimentos.

Especificamente sobre varejo, as indicações são para Assaí e Hypera, mas os sinais são mistos para o setor. ais são mistos para o setor de Varejo. Por um lado, há a perspectiva de início do ciclo de queda da Selic no 1T26 e bons números do mercado de trabalho, que criam expectativas de um contexto mais benéfico ao consumo. Por outro, a elevada inadimplência e o alto nível de endividamento dos brasileiros ainda preocupam. Nesse cenário, o BB-BI acredita que empresas inseridas em segmentos mais resilientes às oscilações econômicas tendem a ter melhores resultados em bolsa, como é o caso de Assaí e Hypera, que, somado a isso, possuem boas perspectivas de negócio.

No setor imobiliário, com a renovação do orçamento do FGTS para habitação em 2026, a equipe projeta mais um ano forte para o setor, impulsionado pelas condições do programa MCMV1 — segmento em que a Tenda possui ampla expertise e vem retomando seus níveis operacionais. Além disso, mesmo diante de um cenário de juros pressionados em 2025, que normalmente reduz a atratividade de empreendimentos de médio e alto padrão, a Cyrela apresentou resultados resilientes em vendas, aliando habilidade na colocação de lançamentos junto ao seu público-alvo e potencial para capturar melhora na atividade com o fechamento da curva de juros previsto para 2026.

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Já em saúde, a escolha é Rede D’Or. Olhando para o setor, apesar do crescimento do número de beneficiários no sistema privado de saúde, ele apresentou desempenho heterogêneo. “Enquanto algumas companhias avançavam em seus processos e resultados, a pressão do custo de capital elevado e eventos relacionados a pagamentos, com impacto no fluxo de caixa, exigiram ações estratégicas para garantir a sustentabilidade das operações, incluindo ajustes nos planos de investimento e expansão. Para 2026, sem projeções de mudanças significativas no contexto setorial, gestão e eficiência continuam determinantes para os resultados”, aponta o BB-BI.



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