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Bolsonaristas apostam em uma chapa com Mauro e Wellington


Reprodução/Secom-MT e Agência Senado

Bolsonaristas sonham com uma chapa que reúna o governador Mauro Mendes (União) e o senador Wellington Fagundes (PL), ao Senado e ao Governo de MT

O flerte do governador Mauro Mendes (União Brasil) com o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro e que tem como preferência de candidatura ao Governo do Estado o senador Wellington Fagundes (PL), pode empurrar o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para uma candidatura avulsa.

Ou, até mesmo, pode não disputar as eleições de 2026, situação que se aplicaria ao senador Jayme Campos (União)..

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Mauro Mendes declara, há muito tempo, que tem compromisso pessoal, não partidário, pois ele nunca sentou e discutiu com seu partido e os demais que formam a base governista a candidatura de Pivetta, no cargo de vice desde 2019. A mesma posição ele adota em relação a Jayme, que teria preferência na disputa pela reeleição, mas faltaria vaga em uma eventual coligação com o PL,

Jayme teria que disputar o Governo do Estado, o que deixaria Pivetta de fora do entendimento.

Mauro foi vencedor nas eleições de 2018 e 2022 para o Governo do Estado com o apoio de diversos partidos e, nas eleições municipais, em 2020, quando ele tinha apenas dois anos do primeiro mandato e era candidato à reeleição em 2022, também continuou a ter apoio dos partidos que agora esperam reciprocidade.

Apesar de alguns resultados adversos em 2020, como a reeleição do então prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, do MDB, partido que sempre esteve em sua base aliada, mas de quem Mauro se tornou adversário ferrenho, mesmo um tendo apoiado o outro e se mantendo aos trancos e barrancos. 

Só que, em 2024, dois anos após Mauro Mendes ser reeleito com o apoio dos mesmos partidos aliados e após a polarização entre extrema direita (PL) e a esquerda (PT), os liberais se tornaram vitorioso nas três principais cidades de Mato Grosso – Cuiabá com Abilio Brunini, Várzea Grande com Flávia Moretti e Rondonópolis com Cláudio Ferreira.

Inclusive, pelas suas posições durante a campanha municipal, ficou claro que o governador, mesmo tendo candidatos próprios ou de partidos aliados, ajudou muito mais na vitória dos atuais prefeitos eleitos. Tanto é que,, insistentemente, ele procurou, em 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro ou para ingressar no PL ou para filiar o vice-governador e, assim, construir a chapa dos seus sonhos.

Foi barrado pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, que deu as boas-vindas ao governador de Mato Grosso na legenda, nos dois encontros realizados, nos atos públicos em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas deixou claro a preferência da cúpula pelos nomes do senador Wellington Fagundes para governadoro e do deputado federal José Medeiros para uma das duas vagas no Senado.

Em 2026, Wellington estará na metade do seu segundo mandato de oito anos.

Mesmo barrado no PL, Mauro Mendes flerta com a candidatura de WF. Tanto é que os principais líderes do partido em Mato Grosso desenham, publicamente, uma chapa com o ssenador para o Palácio Paiaguás e outra com o governador e odeputado para o Senado.

O presidente do partido em Mato Grosso, Ananias Martins de Souza Filho, atual secretário de Governo do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e homem de confiança de Wellington, defendeu a permanência da unidade vitoriosa entre o União Brasil e o PL que caminharam juntos em 2022. Na disputa de então WF foi reeleito com Mauro Mendes na mesma chapa. ,E mesmo com a derrota do então presidente da República, Jair Bolsonaro, para o petista Luiz Inácio Lula da Silva, em Mato Grosso, a direita teve maioria, que se repetiu nass eleições municipais do ano passado.

Após eleito, no segundo turno, Abílio Brunini chegou a causar “frisson” e crise na extrema-direita ao defender a possibilidade de seu partido apoiar a eleição do vice-governador Otaviano Pivetta. Mas, após assumir a Prefeitura de Cuiabá e se tornar a mais importante liderança do PL em Mato Grosso – já que a ala mais radical do PL não vê com bons olhos o nome de Wellington -, Abílio passou a defender candidatura própria bolsonarista, até como forma de fortalecer uma eventual candidatura a presidente de Jair Bolsonaro, hoje inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral e com amplas chances de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, pelo qual foi declarado réu por tentativa de Golpe de Estado.

A primeira turma do STF decidiu por unanimidade que o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro se tornou réu pelos seguintes crimes:

• Organização criminosa armada;

• Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

• Golpe de Estado;

• Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima;

• Deterioração de patrimônio tombado.

Na questão da sucessão ao Governo de Mato Grosso, o cenário que se desenha não comporta os nomes que se encontram em disputa, mesmo o União Brasil decidindo caminhar com o PL. Com a definição do nome de Wellington para governador e Medeiro para senador, restariam uma vaga de senador e a de vice-governador.

 Abilio Brunini, José Medeiro e Ananias Filho defendem abertamente e sinalizam que as conversas tem sido profícuas, ou seja, estão conversando e construído uma coligação.

Neste caso, se Mauro Mendes se desincompatibilizar e disputar a vaga de senador na chapa de Wellington Fagundes, os nomes do vice-governador Pivetta e do senador Jayme Campos estarão fora do cenário, mesmo estando ambos nos mandatos. Pivetta assumiria o Governo do Estado e Jayme ainda estaria no mandato de senador, mesmo que no fim dele.

Jayme (UB) e o ministro da Agricultura, senador licenciado Carlos Fávaro (PSD) estão na parte final dos seus mandatos e podem disputar a reeleição ou qualquer outro cargo, já que, apesar de senador ser considerada uma eleição majoritária, não existe impedimento em reeleição ou disputas por outros cargos  O senador e o ministro estão em lados opostos, mas já andaram conversando.

Enquanto Jayme é de centro-direita, mas independente, Fávaro é de centro, mas está vinculado à esquerda. Deve ter o apoio do PT, que também procura uma candidatura majoritária ao Governo do Estado.

Recentemente, Otaviano Pivetta, que se coloca como preparado e pronto para ser candidato à sucessão de Mauro Mendes, admitiu que pode ter dificuldades em compor com o União Brasil, que está formalizando uma federação com o Partido Progressista (PP), do ex-prefeito e ex-senador Cidinho Santos, mas que não deixaria de procurar o senador Jayme Campos, em busca de consenso.

O Republicanos caminha para também formalizar uma federação com o MDB da deputada estadual Janaina Riva, que também pleiteia uma vaga de senadora e passou a ser persona non grata do grupo político de Mauro Mendes, mas peça fundamental na sucessão estadual para qualquer cargo que disputar. 

Jayme Campos foi no mesmo sentido. Mesmo sabendo que não existe mais o instituto da candidatura nata, pois, no passado, teria preferência à reeleição por já ser senador, admitiu que não teria problema nenhum em sentar com o vice-governadora e discutir a sucessão estadual. Mesmo reafirmando que “ainda é cedo” para se definir emcenários eleitorais e que pode tanto ser candidato ao Senado, ao Governo do Estado ou não ser candidato a nada.

O mesmo problema afeta todos os pré-candidatos. Primeiro, a indefinição dos seus partidos e o instituto da federação. Segundo, onde arrumar vagas para todos. E terceiro, como convencer o eleitorado a aceitar os acordos político-partidários, o que pode levar a resultados desfavoráveis, como já ocorreu no passado não muito distante.  

Mauro Mendes, Otaviano Pivetta e Jayme Campos, apesar de históricos políticos diferentes, já adotaram, no passado, medidas consideradas extremas, ao desistirem de disputas consideradas favoritas, permanecendo sem mandato por um período e, depois, voltando a disputar e vencer as eleições.

A diferença mais acentuada entre os três está na idade. Jayme Campos completará 74 anos em setembro próximo, enquanto Otaviano Pivetta completou 66 anos em maio último e Mauro Mendes, 61 anos em abril passado.

Jayme têm três mandatos de prefeito de Várzea Grande, um de governador de Mato Grosso e dois de senador da República.

Mauro tem dois mandatos de governador e um de prefeito de Cuiabá, enquanto Pivetta tem três mandatos de prefeito de Lucas do Rio Verde (534 km ao Norte de Cuiabá), um de deputado estadual e dois de vice-governador.

Resta saber quem vai estar com quem em 2026, pois, majoritariamente, são quatro vagas – a de governador, a de vice-governador (cargo utilizado pelos partidos para compor com partidos aliados) e duas vagas de senador, com dois suplentes para cada senador. E não adiantar apostar que não haverá outros candidatos.

Em 2018, Mauro Mendes (então no DEM) disputou contra o senador Wellington Fagundes (entãoPR) contra o então governador Pedro Taques (PSDB,hoje sem partido)), Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (PSol).

Na mesma disputa para as duas vagas de senador, foram 11 candidaturas, sendo vitoriosas a da ex-juiza Selma Arruda (PSL), que seria cassada no final do seu primeiro ano de mandato por crime eleitoral, de Jayme Campos (DEM). Em terceiro, ficou Carlos Fávaro (PSD), que, em 2020, conquistou o mandato de senador em eleição suplementar.

A difícil matemática ainda passa por outros nomes, como a deputada Janaina Riva, que assumirá a direção do MDB no segundo semestre e aparece como uma forte candidata a senadora; o senador licenciado Carlos Fávaro, homem forte no PSD de Gilberto Kassab, que já sinalizou  apoio total à reeleição do aliado.

O atual ministro da Agricultura, mesmo estando mais próximo da esquerda e deve ate apoio do PT em um Estado com manifesta tendência pela extrema-direita, se levando em consideração os resultados das duas últimas eleições, é um nome que não pode ser desprezado, pois é egresso do agronegócio, foi presidente da Famato e vice-governador.

Também existem outros nomes, como do produtor de soja Antônio Galvan (DC), que disputou as eleições para o Senado e obteve mais de 300 mil votos e que estava de namoro com o PL, mas acabou vetado no partido, mesmo sendo próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Certo mesmo é que, até o final do primeiro semestre de 2026, quando estarão vencidos os prazos eleitorais para aqueles que decidirem disputar as eleições, os acordos partidários e nomes colocados para se chegar nas eleições de outubro do próximo ano no dia 4 estarão em movimentando.

Lembrando que, em Mato Grosso, eleição em dois turnos, até a presente data, ocorreu apenas para presidente da República e para prefeito de Cuiabá, já que, para o Governo do Estado, todos os candidatos favoritos foram eleitos e reeleitos em primeiro turno.  





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