Início NACIONAL Brasil não precisa continuar comprando dos EUA, diz Rui Costa

Brasil não precisa continuar comprando dos EUA, diz Rui Costa


Em entrevista à radio “Serra Dourada FM”, da Bahia, o ministro da Casa Civil voltou a dizer que haverá medidas recíprocas em resposta aos norte-americano

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse, nesta 3ª feira (29.jul.2025), que o Brasil não precisa continuar comprando dos Estados Unidos já que estes não querem “ter relação comercial” com os brasileiros.

Em entrevista à radio Serra Dourada FM, da Bahia, Costa afirmou que os norte-americanos não dão sinais de que querem conversar e voltou a citar a possibilidade de aplicar medidas recíprocas nos EUA. O tarifaço de 50% em todos os produtos brasileiros está previsto para entrar em vigor a partir de 1º de agosto.

“Se for confirmado e for implementado essas tarifas, medidas de reciprocidade serão, sim, tomadas, porque já que eles não querem ter relação comercial com o Brasil, o Brasil também não precisa continuar comprando deles, pode comprar de outros países”, declarou.

Costa afirmou que não é bom para nenhum país entrar em guerra comercial. Segundo ele, o Brasil já planeja medidas para ajudar as empresas e produtores rurais em caso de confirmação da tarifa.

Para o ministro, as consequências negativas serão para as pessoas dos EUA, que terão produtos mais caros, e para os empresários brasileiros que sofrerão no 1º momento, mas que o governo já trabalha para redirecionar os produtos do Brasil para outros mercados.

“Do nosso lado, como é uma posição unilateral até aqui deles, nós estamos dispostos a conversar, mas conversa precisa de dois interessados, ninguém conversa sozinho, se só conversa é quando o outro está interessado em conversar, e até que eles não têm dado demonstrações firmes de interesse em conversar”, afirmou.

Costa declarou que os senadores que estão nos Estados Unidos para tentar negociar com aquele país encontram todos os canais fechados com a sinalização de que o assunto está restrito à Casa Branca, a qual os brasileiros não têm conseguido acesso.

BIG TECHS REGULADAS

Na mesma entrevista, o ministro disse que é preciso regular as redes sociais, que pertencem às chamadas big techs. Afirmou ser “inadmissível” que as empresas ganhem dinheiro com conteúdos ilegais e de ódio.

“Não é possível que uma empresa ganhe dinheiro postando vídeo de prostituição infantil, de pedofilia, de crime organizado, de comércio de drogas, de calúnia, de agressão racial contra outras pessoas. Ganhe dinheiro divulgando esses vídeos, postando em rede social”, declarou.

As big techs, que já foram alvo de decisões judiciais no Brasil, também foram citadas na carta de Donald Trump (Partido Republicano) em que este anunciou o tarifaço sobre o Brasil.

6 MESES DE ISOLAMENTO

Apesar de dizer que o governo Lula tem buscado negociar “sem qualquer contaminação política ou ideológica” desde 9 de julho, quando Donald Trump anunciou o tarifaço, os atos e declarações do presidente, de integrantes do PT e do governo não têm seguido essa orientação.

O clima para uma possível negociação de alto nível piorou. Essa deterioração foi sentida em Washington também por causa de algumas decisões controversas recentes do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O petista não demonstrou interesse em ter uma reunião direta com Trump desde a posse do norte-americano (em 20 de janeiro). Disse que não teria assunto para conversar e teria de ficar contando piada.

Passaram-se 6 meses de isolamento do Brasil em relação aos EUA. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que nunca conseguiu ser recebido pelo chefe do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio.

Lula disse na semana passada que se Trump estava trucando ao impor tarifas, o Brasil iria pedir 6 –numa alusão ao jogo de cartas truco, em que o blefe é uma das estratégias principais. Em suma, o presidente brasileiro sugeriu que o norte-americano está blefando.

O petista também reclama que ninguém atende aos pedidos de conversa com o Brasil —sem relembrar que em 2024 disse que Trump era uma espécie de fascismo e nazismo com nova cara.



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