O ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, defendeu, em entrevista ao portal UOL, a criação de uma linha de crédito destinada à formação de cooperativas de entregadores e motoristas de aplicativo, com o objetivo de desenvolver plataformas próprias.
Segundo Edinho, há uma interpretação equivocada sobre o conceito de empreendedorismo. “O empreendedor não pode estar submetido ao controle no trabalho. A esteticista que abre seu próprio negócio define seus horários. O mesmo ocorre com quem utiliza um acerto trabalhista para abrir uma mercearia. Isso é empreendedorismo. Já o motorista de aplicativo, cuja jornada, remuneração e avaliações são determinadas pela plataforma, não tem autonomia sobre seu tempo de trabalho e, portanto, não pode ser considerado empreendedor”, afirmou.
Ao ser questionado sobre a resistência de trabalhadores de aplicativos à proposta de regulamentação apresentada pelo governo federal, Edinho reconheceu que houve dificuldade na comunicação com esse público. “Perdemos o debate. É necessário dialogar com essa nova classe trabalhadora”, declarou.
Ele citou estudos que apontam os entregadores como uma das maiores categorias profissionais do país, muitas vezes sem representação sindical. “Há trabalhadores que atuam em fábricas durante o dia e, à noite, trabalham com entregas. Eles não possuem sindicato ou central sindical. Se não desejam se organizar de forma tradicional, precisamos entender qual modelo de organização eles preferem. Por exemplo, se for possível criar uma cooperativa de entregadores, que desenvolva seu próprio aplicativo com apoio de uma linha de crédito, isso pode estabelecer um novo canal de diálogo com esses profissionais”, explicou.
Edinho afirmou ainda que a proposta pode ser estendida aos motoristas de aplicativo. “Se o trabalhador não quer vínculo com o movimento sindical, pode se organizar em formato de cooperativa e, com apoio do governo, desenvolver seu próprio aplicativo. Defendo a economia solidária como alternativa de organização para esses trabalhadores. Ainda não há uma iniciativa nesse sentido, mas, caso seja eleito presidente do PT, defenderei essa proposta”, concluiu.
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