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China “ofuscou” EUA? Por que Ibovespa cai mesmo com notícias positivas sobre tarifas


A valorização dos índices de ações em Nova York, na onda das big techs Meta e Microsoft, foi insuficiente para atingir o Ibovespa no período da manhã desta quinta-feira, 31, em meio ao recuo de 0,40% do petróleo e de 2,38% do minério de ferro em Dalian com dados fracos da China. Desta forma, o principal indicador da B3 caiu desde a abertura e reforçou a desvalorização mensal a 4,35%, por ora.

Às 11h55 (horário de Brasília) desta quinta-feira (31), o Ibovespa caía 0,99% aos 132.658,94 pontos, ante mínima em 132.096,29 pontos (-1 41%) e máxima de abertura em 133.987,26 pontos, com variação zero. Ontem, o índice fechou em alta de 0,95%, aos 133.989,74 pontos.

Os investidores repercutem o tarifaço norte-americano a produtos brasileiros, que passa a vigorar no próximo dia 7 e não mais amanhã, e deixou quase 700 itens de fora, o que animou o mercado na véspera. O governo brasileiro diz que ainda continuará negociando.

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“Esperava que o Ibovespa fosse na direção contrária, não vejo muita razão para isso”, diz Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o decreto do governo de Donald Trump oficializando a tarifa de 50% contra produtos brasileiros veio “melhor do que se esperava”, embora tenha reforçado que o governo brasileiro está longe do “ponto de chegada” nas negociações.

Também para Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3, havia uma expectativa de reação positiva do Ibovespa, mas ressalta que há cautela devido a incertezas com os efeitos das tarifas na economia. “É ruim para a economia como um todo, traz insegurança jurídica”, diz.

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Cabe ressaltar ainda que o governo de Donald Trump aplicou nesta quarta-feira sanções financeiras ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por meio da Lei Magnitsky, que se aplica a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Trump cobrou que o governo brasileiro tome ações contra Moraes e se alinhe aos interesses americanos como condição para rever as tarifas de 50% aplicadas contra produtos do Brasil.

“Uma pessoa do Brasil enquadrada nessa lista que se aplica a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos é preocupante em termos jurídicos e políticos. Pode dificultar o processo de negociação das tarifas”, pontua Oliveira.

Também ocupavam as atenções dados mostrando que a atividade industrial da China encolheu pelo quarto mês consecutivo em julho, enquanto Pequim prometeu maiores esforços para melhorar a eficácia das políticas macroeconômicas e atingir sua meta de crescimento econômico para o ano, levando a uma queda do minério.

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Também no radar, ainda que amplamente esperada, a manutenção da Selic em 15% ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) pode influenciar a Bolsa brasileira, dado o tom duro do comunicado, que afastou a ideia de cortes dos juros no curto prazo.

Após a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano ontem pelo Copom, o colegiado interrompeu o processo de elevação do juro básico iniciado em setembro de 2024, avalia o Rabobank. “O Copom deixa as portas abertas para ajustes adicionais, caso seja necessário” admite em nota. O colegiado reafirmou que não “hesitará em retomar o ciclo de ajustes” se necessário.

No último dia de julho, também ficam no foco o PCE dos EUA, índice de inflação predileto do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), os balanços da Apple e Amazon, além da taxa de desemprego brasileira e o resultado trimestral do Bradesco (BBDC4), já informado, e o da Vale (VALE3), que sairá depois do fechamento da B3.

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A expectativa de analistas é de lucro líquido de cerca de US$ 1,5 bilhão, o que representaria uma redução de 45,3% frente ao período de abril a junho de 2024. Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) também divulgam seus resultados após o fechamento dos negócios.

Já o Bradesco lucrou R$ 6,1 bilhões no segundo trimestre deste ano, resultado 28,6% maior na comparação com igual intervalo de 2024, em linha com o previsto no Prévias Broadcast. As ações do banco sobem entre 0,30% (ON) e 0,51% (PN).

No campo dos indicadores, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,8% no trimestre encerrado em junho, em linha com o piso das projeções. O setor público consolidado (governo central, Estados municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 47,091 bilhões em junho, maior do que o piso de R$ 46,6 bilhões.

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Outro ponto de atenção é uma nova pesquisa eleitoral. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 47,8% das intenções de voto contra 44,2% do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível, em pesquisa AtlasIntel/Bloomberg sobre a disputa presidencial de 2026 .

De acordo com o analista técnico Gilberto Coelho, da XP Investimentos, o Ibovespa fechou em alta na véspera superando a máxima anterior favorecendo a retomada da tendência altista definida pela média de 200 dias.

“Acima dos 134.400 pode buscar os 136.000 ou 141.400 em teste de topo. O sinal de baixa de curto prazo seria retomado na perda dos 131.500 pontos”, afirmou, em relatório enviado a clientes, no qual acrescentou que o índice de força relativa (IFR) segue favorecendo repiques de alta.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)



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