Início NACIONAL Datafolha: 89% acham que tarifaço vai prejudicar economia – 31/07/2025 – Mercado

Datafolha: 89% acham que tarifaço vai prejudicar economia – 31/07/2025 – Mercado


O tarifaço de 50% sobre produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos deve prejudicar a economia brasileira. Essa é a opinião de 89% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha.

Desse total, cerca de 66% avaliam que a medida vai prejudicar muito. Outros 23% acreditam que haverá um pouco de prejuízo. Uma parcela menor (7%) diz não ver impacto negativo.

Entre eleitores de Bolsonaro na última disputa presidencial, 92% antecipam que o tarifaço vai prejudicar a economia brasileira. Dos que votaram em Lula, 87% acham o mesmo.

A pesquisa foi feita nos dias 29 e 30 de julho, antes da publicação do decreto que oficializou a sobretaxa de 50% e detalhou a lista quase 700 produtos isentos. O Datafolha entrevistou 2.004 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A maioria dos brasileiros (77%) também vê impacto negativo das sobretaxas na situação econômica pessoal, sendo que 43% avaliam que vai prejudicar muito, e 34%, um pouco. São 19% os que dizem que não haverá prejuízo.

Questionados sobre o que o governo brasileiro deveria fazer para reagir ao tarifaço promovido por Trump, 72% responderam que Lula deveria negociar para tentar convencer os EUA a mudarem de ideia. Além disso, 15% afirmaram que o Brasil deveria taxar igualmente os produtos americanos importados.

Para 6%, todas as condições exigidas pela Casa Branca deveriam ser atendidas. Esse índice sobe para 13% entre os eleitores de Bolsonaro em 2022. Entre os petistas, cai para 1%.

O Datafolha também questionou quão bem informados os brasileiros estão sobre o tarifaço. Cerca de 32% declararam estar bem informados, 39% mais ou menos. Há 9% que se consideram mal informados e outros 18% que não tomaram conhecimento do assunto.

No recorte por renda, o desconhecimento ou baixo conhecimento sobre o tarifaço atinge 40% dos mais pobres, com ganhos mensais de até dois salários mínimos. Na fatia dos mais ricos (acima de dez salários mínimos), o percentual é de 9%.

Nesta quarta-feira (30), o presidente Trump assinou o decreto que implementa uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos importados do Brasil, elevando o valor total da sobretaxa para 50% —considerando os 10% anunciados em abril. As taxas entrarão em vigor em sete dias.

A medida abre quase 700 exceções, que livram 43% dos itens brasileiros exportados para os Estados Unidos, segundo levantamento feito pela Folha. Ficarão isentos do tarifaço, por exemplo, derivados de petróleo, ferro-gusa, produtos de aviação civil e suco de laranja. Por outro lado, carnes, café, pescado e frutas não escaparam.

A sobretaxa de 50% havia sido anunciada por Donald Trump no dia 9 de julho e está entre as maiores implementadas para países que exportam aos EUA.

Com motivação mais política que econômica, Trump implementou as sobretaxas em resposta ao que chamou de “políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos“.

EUA SÃO PARCEIRO COMERCIAL MENOS CONFIÁVEL

A pesquisa também avaliou como as pessoas enxergam os parceiros comerciais do Brasil em termos de confiabilidade.

Os resultados mostram que os brasileiros acreditam que UE (União Europeia), Mercosul e China são mais confiáveis que os Estados Unidos.

Três em cada quatro (74%) brasileiros disseram que países como Alemanha, França, Itália e Espanha são parceiros em quem o Brasil pode confiar. Para 19%, membros da UE não são confiáveis para uma parceria comercial.

Índice similar foi verificado em relação ao Mercosul: 72% dizem que Argentina, Chile e Paraguai são confiáveis para o Brasil. Há 23% que não confiam.

Em relação à China, dois terços da população (66%) a consideram um parceiro de confiança, enquanto 29% dizem não ser possível confiar no país.

Praticamente metade dos entrevistados (51%) declara que os EUA são parceiros confiáveis do Brasil. Para 46%, a nação americana não é.



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