Dois meses após sua fuga, deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, foi presa na Itália e levada a uma delegacia local nesta terça-feira 29. Seu nome constava na lista vermelha da Interpol, o que a tornava procurada em 196 países.
Em nota, a Polícia Federal ressaltou a cooperação policial internacional entre a Polícia Federal, a Interpol e agências da Itália. O órgão ainda afirmou que ela será submetida ao processo de extradição.
Nas redes sociais, o deputado italiano Angelo Bonelli afirmou em sua conta no X ter dado o endereço de Zambelli para as autoridades do País. A prisão da deputada foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
A bolsonarista foi condenada a 10 anos de prisão por sua participação na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça.
Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar. O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo.
Dias após a condenação, ela deixou o Brasil pela Argentina, passou pelos Estados Unidos e seguiu para a Itália. A parlamentar chegou a dizer que seria “intocável” no País europeu por possuir cidadania italiana.
“Não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, disse no começo de junho.
Agora, caberá ao plenário da Câmara dos Deputados decidir se mantém ou derruba a prisão, conforme determina a Constituição brasileira.
Além da invasão dos sistemas do CNJ, Zambelli ainda está na mira do STF pelo caso da perseguição armada a um homem em São Paulo. Os ministros já formaram maioria pela condenação de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
O caso, porém, está paralisado por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.
CartaCapital tenta contato com a defesa de Zambelli e aguarda retorno.