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Deputadas repudiam morte de bebês em frigorífico e valor de indenização: ‘a vida de duas crianças vale R$ 150 mil?’



A deputada estadual Janaina Riva (MDB) e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-RJ) manifestaram indignação nas redes sociais sobre o caso da trabalhadora venezuelana que perdeu as filhas gêmeas após ser impedida de sair do frigorífico onde trabalhava, em Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá).

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O caso aconteceu em abril de 2024, quando a trabalhadora, grávida de oito meses, começou a se sentir mal no início da jornada, às 3h40. Com dores intensas, ânsia de vômito, tontura e falta de ar, ela buscou socorro junto à sua líder imediata e ao supervisor. Mesmo após insistentes pedidos, foi impedida de deixar o setor devido ao funcionamento da linha de produção.

Em um vídeo publicado no Instagram, Samia Bonfim comparou o caso à “lógica da escravidão” e afirmou que a situação deve gerar reflexão, no mínimo, “sobre a brutalidade do que é a dinâmica de trabalho no Brasil”.

“Essa notícia não deve passar despercebida. Isso tá mais próximo de uma lógica de escravidão. Era uma trabalhadora imigrante venezuelana de 32 anos, que estava aqui no nosso país trabalhando como cidadã e simplesmente foi impedida por uma empresa imensa, multinacional, bilionária.

Ela também criticou a multa de R$ 150 mil por danos morais, fixada pela Justiça do Trabalho à empresa. 

“O que são 150 mil reais para uma empresa dessa? O que são 150 mil reais diante do absurdo, da violência, do trauma, do descaso com a vida dessa mulher trabalhadora? Não é possível que a gente normalize esse tratamento, esse tipo de trabalho no nosso país e no mundo inteiro. Isso precisa acabar. A sociedade falhou completamente quando esse tipo de coisa é autorizada ou normalizada”.

A deputada estadual Janaina Riva (MDB) também questionou o valor da indenização, chamando o caso de “tragédia”. “A vida de duas crianças vale apenas R$ 150 mil?”, perguntou.  

Segundo ela, o caso é uma tragédia que escancara a frieza com que muitas empresas ainda tratam mulheres grávidas. “(…) Como se uma vida não fosse digna de respeito, acolhimento e proteção”.

“A notícia dessa mãe que perdeu suas duas filhas na porta de uma multinacional me revolta profundamente. Ela estava grávida de gêmeas, em trabalho de parto, e ainda assim foi ignorada.  “R$ 150 mil foi o valor da indenização por danos morais que a empresa teve que pagar a essa mãe. Até quando a vida das mulheres — e das crianças — vai valer tão pouco?”, questionou. 

 



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