A Petrobras (PETR4) segue entre as ações mais acompanhadas da B3, sustentada pela alta liquidez dos papéis, forte geração de caixa e um histórico recente de dividendos bilionários.
Ao mesmo tempo, o papel convive com elevada volatilidade, influenciada pelas oscilações do petróleo no mercado internacional, por decisões estratégicas da companhia e pelas incertezas em torno da política de preços e da governança.
Dessa forma, os papéis da companhia nos últimos doze meses sofreram uma desvalorização de 7,1%, recuando dos R$ 32,42 (em 26/12/2024) para R$ 30,16, por volta das 14h30, do pregão desta sexta-feira (26).
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Entretanto, a rentabilidade para o acionista da Petrobras, incluindo o pagamento de proventos (dividendos e juros sobre capital próprio – JCP), que somou R$ 3,62 no período, contribuiu para um ganho sobre o capital investido de 4,1% em doze meses.
Assim, considerando a distribuição de proventos e o desempenho das ações, quem investiu R$ 30 mil em PETR4 há um ano obteve um retorno bruto de R$ 1.246,50, com uma posição atual de R$ 31.246,50, caso não tenha sacado os valores.
Enquanto isso, quem aplicou R$ 20 mil há um ano conta agora com R$ 20.808,48 e, quem aportou R$ 10 mil, registra atualmente R$ 10.404,24 na conta da corretora, considerando o cenário de não ter mexido nos valores em 12 meses.
Em 2024, a estatal ainda se beneficiava de um ciclo favorável do petróleo e de uma política agressiva de remuneração ao acionista, o que manteve a ação entre as preferidas dos investidores pessoa física.
Ao longo de 2025, porém, o cenário se tornou mais desafiador. O mercado passou a precificar pressão sobre margens, maior cautela na distribuição de dividendos e um aumento do prêmio de risco embutido no papel.
Confira, a seguir, em detalhes as simulações.
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Mudanças refletidas no bolso do investidor
O exercício da simulação considera aportes realizados em 26 de dezembro de 2024, mantidos até as 14h30 do pregão desta sexta-feira (26).
Na data inicial, a Petrobras (PETR4) era negociada a R$ 32,42. Um ano depois, o papel opera a R$ 30,16, representando uma desvalorização de cerca de 7%, desconsiderando o pagamento de dividendos.
Em um investimento hipotético de R$ 10 mil, o aporte permitiria a compra de aproximadamente 308 ações. Mantida a posição por um ano, o valor do investimento cairia para cerca de R$ 9.289,28, resultando em um prejuízo bruto de aproximadamente R$ 710,72.
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No caso de um aporte de R$ 20 mil, a posição passaria a valer cerca de R$ 18.578,56, com uma perda de R$ 1.421,44. Já um investimento de R$ 30 mil recuaria para algo próximo de R$ 27.898, com prejuízo de R$ 2.102,00.
Parcela relevante do retorno total do acionista
Essas simulações, no entanto, não consideram os dividendos e os JCP’s, que historicamente representam uma parcela relevante do retorno total do acionista da Petrobras.
No período analisado, a companhia distribuiu cerca de R$ 3,62 por ação em dividendos e juros sobre capital próprio, o que amorteceu as perdas e tornou o investimento positivo.
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Com esse valor incorporado, o investimento de R$ 10 mil teria gerado R$ 1.114,96 em proventos, fazendo com que a aplicação encerrasse o período em R$ 10.404,24 (valorização de 4%).
No aporte de R$ 20 mil, os dividendos somariam cerca de R$ 2.229,92, levando o valor aportado a um montante atualmente de R$ 20.808,48.
Já no investimento de R$ 30 mil, os proventos próximos de R$ 3.348,50, gerariam um ganho de R$ 1.246,50 com o aporte e um resultado final positivo, neste momento, de R$ 31.246,50.
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Na avaliação de Luiz Barsi, proprietário da Barsi Investimentos, o detalhamento do plano de investimentos para o próximo triênio indica a manutenção de um ritmo elevado de aportes, o que tende a reduzir as expectativas por dividendos mais generosos nesse período.
O exercício mostra que, mesmo em um ano desfavorável para a cotação, os dividendos da Petrobras funcionam como um importante mecanismo de amortecimento.
Ainda assim, o desempenho do papel segue condicionado a fatores externos, como a trajetória do petróleo no mercado internacional, a política interna de preços e as decisões estratégicas da companhia.




