Sinalização de corte de juros nos EUA impulsionou os principais índices de ações da Europa. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, subiu 01,13%, o melhor desempenho semanal desde maio. O índice pan-europeu Stoxx 600 também subiu 0,40%, acompanhado pelo DAX, de Frankfurt, com avanço de 0,29%. O CAC 40, de Paris subiu 0,40%.
Bolsas na Ásia fecharam em alta antes da fala de Powell. Em meio à expectativa sobre os sinais que viriam de Jackson Hole, o índice japonês Nikkei subiu levemente, 0,05%, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,86%, e o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,93%. Na China continental, o pregão foi de altas mais expressivas, de 1,45% do Xangai Composto e 1,49% do Shenzhen Composto. A exceção no leste da Ásia foi o Taiex, de Taiwan, que caiu 0,82%.
O que muda no Brasil com um eventual corte de juros nos EUA?
A fala do presidente do banco central dos EUA também levou o mercado a apostar na queda da taxa básica de juros, a Selic. O movimento foi confirmado com a alta de empresas varejistas hoje, como a Natura (NATU3), que subiu 8,29%, o maior avanço do dia, e Casas Bahia (BHIA3), com alta de 6,34%.
Tivemos um movimento de alta dos papéis, os investidores estrangeiros compram, usualmente, papéis com maior liquidez no mercado, que negociam mais por dia, como Petrobras e Vale. Mas empresas como Natura e Casas Bahia ficam em alta por conta de precificação de juros menores para frente. O mercado está entendendo que, se vai ter menos juros lá fora, o Banco Central aqui no Brasil tem mais espaço para cortar juros também.
Gustavo Cruz
Segundo o analista, um eventual corte de juros nos EUA, também beneficia o brasileiro de formas indiretas. Os empréstimos tomados por empresas fora do Brasil, por exemplo, podem ficam mais baratos e garantir que parte do recurso seja direcionada para investimentos locais, inclusive na criação de empregos. Além disso, com menos fluxo de dinheiro indo para os Estados Unidos, a moeda americana se desvaloriza frente ao real, tornando produtos importados e itens do dia a dia mais acessíveis, desde alimentos até bens de consumo.
