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A medida visa aliviar os cofres do município para evitar que as finanças fechem no vermelho, diz Abílio
Em menos de 30 dias, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), transformou nove secretarias em três, mirando uma economia de, ao menos, R$ 15 milhões até o fiml do ano.
A medida visa aliviar os cofres do município para evitar que as finanças fechem no vermelho.
A última fusão foi anunciada pelo gestor municipal na quinta-feira (4).
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.O projeto que prevê a fusão das pastas deve ser enviado, em regime de urgência, para apreciação dos vereadores da Capital, no início da próxima semana.
A expectativa é de que a matéria seja aprovada na sessão ordinária de quinta-feira (11).
A nova Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Agricultura (SDTA) será comandada pelo empresário Fernando Medeiros, que era responsável pela Secretaria de Turismo.
Também nesta semana, o Legislativo Cuiabano autorizou o prefeito a fundir as secretarias de Educação, Esporte e Cultura.
Essa unificação, contudo, pode não prosperar e as pastar podem vir a ser desmembradas no próximo ano, segundo o próprio prefeito.
“Essa fusão é uma experiência que estamos adotando para otimizar a máquina administrativa. Só com a união da estrutura sistêmica das três secretarias, a previsão é economizar de quatro a seis milhões de reais até dezembro”, declarou o prefeito.
A nova estrutura será composta por uma única secretaria formal — Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte —, mas com três gestores distintos:
• Amauri segue como secretário de Educação,
• Jefferson Neves continua responsável pela pasta do Esporte,
• Johnny Everson permanece à frente da Cultura.
“Quem quiser tratar de Cultura, deve procurar o Johnny. Assuntos de Esporte são com o Jefferson. O Amauri cuida apenas da Educação. Nenhum deles concentra as três funções”, reforçou Abílio.
Antes disso, no final do mês passado, o prefeitoo já havia fundido as secretarias de Mobilidade Urbana e Segurança Pública.
Com isso, a coronel Francyanne Lacerda foi efetivada como titular da nova pasta, já que a Semob estava sem comando desde a exoneração da vice-prefeita Vânia Rosa.
CORTANDO NA CARNE – A unificação faz parte de um pacote de medidas que, segundo o prefeito, busca enfrentar o cenário financeiro adverso da administração municipal, causado por dívidas herdadas e obrigações judiciais inesperadas.
Somadas, as recentes mudanças promovidas na estrutura do Palácio Alencastro devem resultar em uma economia de aproximadamente R$ 15 milhões, até o fim de 2025.
“Reduzir gastos sem perder eficiência é o nosso objetivo. Economia sem resultado é apenas desperdício”, afirmou o prefeito, ao defender as reformas.
CORTE DE CONTRATOS E DEMISSÕES – O plano de reestruturação também prevê redução de cargos e contratos administrativos.
A estimativa é de que cerca de 60 demissões ocorram nos próximos meses, principalmente em contratos terceirizados, que se tornarão redundantes com as fusões.
“O que estamos fazendo é cortar duplicidades e otimizar a gestão. Quando unificamos estruturas, não faz sentido manter contratos paralelos para as mesmas funções”, justificou o prefeito.
DÍVIDAS E PRECATÓRIOS – Abilio Brunini também explicou que as mudanças são uma resposta à pressão financeira imposta por decisões judiciais recentes, como a obrigatoriedade de pagamento de precatórios.
Segundo ele, a prefeitura foi surpreendida por um débito de R$ 160 milhões determinado pelo Tribunal de Justiça, valor que não estava previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA).
“Não tem como manter o mesmo ritmo de gastos com essa nova realidade. Tivemos que buscar soluções criativas e responsáveis para continuar prestando serviços à população”, disse.
MAIS MUDANÇAS – Apesar de afirmar que não há novas fusões em discussão neste momento, o prefeito não descartou a possibilidade de avançar com outras reestruturações caso necessário
.“Se surgir uma oportunidade ou necessidade que traga mais eficiência e economia, não temos por que não estudar novas mudanças”, declarou.
As alterações integram um esforço da gestão para manter o equilíbrio fiscal e, ao mesmo tempo, preservar a qualidade dos serviços públicos.
Para Abílio Brunini, a reestruturação é também um compromisso com a responsabilidade administrativa.
“Não adianta ter um discurso de economia e desmontar a equipe que entrega resultado. Aqui, a prioridade é gastar menos com mais eficiência”, completou.