Início NACIONAL EUA diz a mineradoras que tem interesse em metais críticos do Brasil

EUA diz a mineradoras que tem interesse em metais críticos do Brasil


O governo dos Estados Unidos voltou a demonstrar interesse nos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil, especialmente os chamados “terras raras”, elementos fundamentais para a transição energética e para tecnologias de ponta, como chips, baterias, turbinas e armamentos modernos. O recado foi transmitido pelo encarregado de negócios da embaixada norte-americana em Brasília, Gabriel Escobar, nessa quarta-feira (23/7), durante reunião com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

O presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que Escobar repetiu o interesse dos EUA no setor mineral brasileiro — algo que já havia sido mencionado em encontro anterior, há cerca de três meses.

“O que ele falou é que os EUA tinham interesse nos MCEs — o que, aliás, ele já tinha nos falado há três meses”, relatou Jungmann, que foi ministro da Defesa e da Segurança Pública no governo Michel Temer.

Brasil, EUA e tarifas

A reunião aconteceu em meio à escalada das tensões comerciais entre Brasil e EUA. A partir de 1º de agosto, está prevista a aplicação da taxa de 50% sobre produtos brasileiros, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump.

Tal medida tem sido vista pelo governo Lula como retaliação política, principalmente diante do teor da carta enviada pelo republicano, na qual ele destacou ser contra as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Potencial estratégico do Brasil

O Brasil é um dos poucos países com reservas significativas de minerais críticos, como nióbio, lítio, cobre, grafite, cobalto e os próprios elementos terras raras — grupo de 17 metais com aplicações em setores de alta tecnologia, defesa e energia renovável.

Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o Brasil possui a segunda maior reserva conhecida de terras raras no mundo, ficando atrás somente da China.

A China domina a cadeia global de produção desses minerais e já impôs restrições à exportação para os EUA. Em resposta, Washington tem buscado diversificar seus fornecedores e firmou acordos sobre o tema com aliados como Ucrânia e Austrália.

O governo norte-americano, recentemente, demonstrou esse mesmo interesse em troca de financiar apoio a Ucrânia, que está em guerra com a Rússia há três anos.

Os países assinaram um acordo estratégico que prevê a criação de um fundo conjunto para a exploração de minerais críticos, como lítio, titânio, grafite e urânio, visando fortalecer a economia ucraniana e reduzir a dependência ocidental da China no fornecimento desses insumos.



FONTE

Google search engine