Sem a PEC, ainda não há uma marca, diz o senador Fabiano Contarato (PT-ES). Segundo ele, o governo tem pela frente um desafio: correr contra o tempo para avançar com um texto “mais palatável”. Diante dessas dificuldades, apostar em novos projetos, como o projeto de lei antimáfia, se torna mais “factível” e “razoável”, segundo ele.
Contarato diz ainda que a preocupação maior é o tempo. “Temos recesso em junho e ano que vem é ano eleitoral. Isso envolve governadores e policiais, muitos com posicionamentos contrários”, disse. “Nós, do campo progressista, não falamos sobre segurança pública, não debatemos esse assunto”, afirma o senador.
“PEC não é bala de prata”, diz presidente do Consesp. Sandro Avelar disse que a marca do governo é se abrir para o início das discussões, mas há “um esforço grande por parte dos governadores” para conter a criminalidade. “A proposta é o ponta pé para a discussão ser feita no Congresso, é a coluna vertebral ao redor da qual a gente tem que tratar das soluções infraconstitucionais”.
Falta articulação política
Governo precisa se empenhar na articulação política, diz Contarato. O parlamentar acredita que deve haver uma mobilização mais constante e permanente. Para ele, o governo deve se articular com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. “Deve cobrar dos presidentes das casas que o apoio não seja só verbal, mas de sensibilizar a coalizão do governo para que o texto seja aprovado”.
Dificilmente o governo vai conseguir mobilizar a base e fazer as negociações necessárias, avalia Carolina. “Existe grande pressão da oposição e, com exceção de alguns mais aguerridos, o governo não comparece com parlamentares da base aliada estendida”. Segundo ela, o governo teria de colocar muita força política para obter avanço. “Não me parece que seja um desejo, um apetite do governo”.